A Rádio Difusora de Macapá
inaugurou na manhã de ontem os novos transmissores. Assim, a capacidade de
transmissão terá uma melhora de 90% com a instalação de um transmissor digital
de 25.000kW de potência e um transmissor de ondas curtas.
Antes, o som chegava nos rádios
de maneira abafada. A última reestrutura feita na rádio foi em 1995, quando os
transmissores antigos – desde a rádio nacional – foram trocados. Em 2012,
apenas um funcionava precariamente, comprometendo a qualidade da transmissão.
“De quatro transmissores, apenas um estava funcionando,
com a metade da potência. Pela Anatel, que é a agência reguladora, devem
funcionar dois principais e dois reservas, sendo só tínhamos um”, afirma a
gerente-geral Juliana Coutinho.
Agora com a chegada de dois novos
transmissores, os antigos passarão por manutenção e posteriormente serão
disponibilizados para dar suporte quando solicitados. Com um investimento em
torno de R$723.440,00, quem ouvir a partir de agora um sinal semelhante com uma
emissora de FM.
“Quem ganha é a população do
Amapá, porque ela é um patrimônio do povo da Amazônia. Com um alcance nos 16
municípios do Estado e as ilhas vizinhas do Pará”, diz Juliana.
Faz parte da história do Amapá
A Rádio Difusora de Macapá
foi a primeira emissora de rádio do Amapá. Fundada em 11 de Setembro de 1946,
pertencia ao Governo do Território Federal do Amapá. No período da Ditadura
Militar foi incorporada a Radiobrás, sendo chamada de Rádio Nacional. Em 1988,
volta a chamar Rádio Difusora.
É o único meio de comunicação de
diversas comunidades isoladas nos interiores do Estado e nas ilhas paraenses.
Em lugares onde a energia elétrica ainda não é realidade, é o rádio que conecta
os ouvintes ao resto do mundo. Mesmo na era da internet e da velocidade de
propagação da informação, o elo de ligação entre os pontos mais distantes são
as ondas da rádio difusora.
Exemplo do poder da transmissão
da RDM é o programa Alô Alô Amazônia. Não é através do e-mail, telefone, carta
ou telex, a comunicação é feita através de estações rádio, localizados em
diversos pontos dos rios. Os ouvintes deixam os seus recados, que serão
transmitidos nos estúdios da rádio. Da mesma forma, moradores de Macapá também
mandam o seu recado para os ouvintes distantes.
Para radialista Humberto Moreira,
que trabalha na rádio há 44 anos, é um beneficio muito grande para o Estado do
Amapá, em que as distâncias isolam os ribeirinhos e muitos lugares só conseguem
ouvir rádio. E fala ainda da importância do Alô Alô Amazônia para os ouvintes
ribeirinhos.
“A Rádio Difusora presta uma
serviço importante através do programa, quando o ouvinte fica esperando um
recado dos familiares, pois é a única forma de comunicação. Com mais de 5
décadas no ar, a reestruturação da rádio com a chegada dos novos transmissores
vêm reforçar esse compromisso com o ouvinte”, afirma ele.
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