sexta-feira, 24 de junho de 2011

1º Seminário amapaense de Qwan Ki Do



A União Amapaense de Qwan Ki Do realiza nos dias 22 a 24 de Julho, o 1º Seminário amapaense de Qwan Ki Do, que contará com a presença do Tao Su (mestre) Evandro Crestani, representante da modalidade no Brasil. O seminário tem como objetivo expandir ainda mais as fronteiras do estilo no Amapá, além da troca de experiências com graduações superiores.

O Qwan Ki Do – Kung Fu vietnamita - nasce da fusão das mais antigas artes marciais chinesas (Kung Fu) e vietnamitas (Viet Võ Dao). Em mais de 30 anos de estudos, Pham Xuan Tong, aperfeiçoou e elaborou técnicas diversas de torção, chutes, socos, combate corpo a corpo, manipulação de energia (KI ou CHI), imobilizações, projeções, tesouras, armas tradicionais chinesas e vietnamitas, bem como o Thâm Thê (ginástica psico-corporal) oriunda desses países. Hoje, Thày Chuong Môn (Grão Mestre Fundador) Pham Xuân Tong, treina nada menos que a Polícia Internacional (Interpol), com sede na França e coordena a frente da World Union of Qwan Ki Do essa modalidade marcial espalhada em mais de 30 países.

Evandro Crestani, iniciou suas atividades no Qwan Ki Do em 1985, aos 18 anos, em São Paulo. Em 1989 abriu sua academia em Santo André, na região metropolitana da capital e começou a difundir essa arte marcial no Brasil. Já em 1998, ao participar de seminários com o Grão Mestre Pham Xuan Tong, fundador do QWAN KI DO, foi nomeado presidente e diretor técnico nacional da União Qwan Ki Do Brasil, sendo um dos cinco Mestres Faixa Preta 5º Dan existente no mundo .

No Amapá, o responsável pela difusão do estilo é o diretor técnico Huan Su (Prof) Nielsen Amaral, Faixa Preta 1º Dan. Em novembro de 2009 abriu sua academia, no bairro Jesus de Nazaré, e em onze meses, seus alunos participaram do 1º Campeonato Brasileiro de Qwan Ki Do, em São Caetano-SP, obtendo resultados surpreendentes, consagrando-se campeões em vários níveis.



1º Seminário Amapaense de Qwan Ki Do

Dia 22/07 à 24/07 início18:00 as 22:00h

Dia 23/07 às 19:00 a 22:00h (Curso de Defesa Pessoal aberto ao público pagante e demais modalidades marciais)

Local: Ginásio Poliesportivo Tropical – Av. Felipe Camarão, s/n – Buritizal.

Informações e inscrições: 3224-1809 e 81138875 ou na sede da União Amapaense de Qwan Ki Do Av. Mãe Luzia 1456, Jesus de Nazaré, entre Leopoldo e Hamilton Silva

dvnsa@hotmail.com

Jackeline Carvalho

Assessoria de Impressa

9116-6459

domingo, 19 de junho de 2011

Marcha da Liberdade-AP - Em casa somos um, juntos somos todos!

Em casa somos um, juntos somos todos

Esse era o grito de ordem na Marcha da liberdade, que aconteceu ontem na Praça da Bandeira, no município de Macapá, no estado do Amapá. Ocorrendo simultaneamente em Minas Gerais e Espirito Santo, o Amapá não poderia ficar de fora desse movimento nacional. Cerca de 200 pessoas tomaram conta das ruas da cidade com suas bandeiras, suas camisetas, suas faixas e seus gritos. Em nenhum momento da história do país houve uma mobilização tão grande como está acontencendo agora. Nem mesmo nas diretas já ou no impeachment de Fernando Collor. Primeiro porque naquela época não existia a internet, então os movimentos eram muito isolados e desconhecidos para o resto do país, onde as passeadas aconteceram sobretudo em Brasília, Rio de janeiro e São Paulo.

Num cenário em que a liberdade de expressão foi subtraída, o machismo velado e a falta de respeito com a mulher tomam conta de programas humorísticas da tv, em que os índices de violência contra a comunidade gay aumentam assustadoramente - apesar de estarmos no século XXI -, a violência cometida com os estudantes por parte dos militares, apenas vista na ditadura de 64, a juventude resolveu sair às ruas do país para gritar contra as injustiças.

No dia 21 de Maio, mais de duas mil pessoas foi perseguidas pela Av. Paulista, em São Paulo, na Marcha da Maconha. Daí explodiu em várias capitais diversos movimentos em apoio ao ocorrido na capital paulista. A marcha das vadias, conhecida internacionalmente por um protesto ocorrido no Canadá, em que um policial afirmou que a roupa de determinadas mulheres incitava a violência contra a mulher, também abraçou a causa e saiu em defesa dos que foram agredidos no dia 21. Assim, todas as formas de opressão, corrupção e censura compôs a marcha da liberdade.

No Amapá, cerca de 200 pessoas reuniram-se para dar seu grito de repúdio contra o machismo, a homofobia, as altas tarifas do transporte público e a favor da legalização da maconha e contra o Bullying. A partir das duas horas da tarde, vários grupos chegavam de todos os lados da praça, ou desciam no ponto de ônibus em frente a concentração. No decorrer da semana, vários jornalistas deturparam a ideia da marcha, tentando criminalizar a ação, insinuando que a manifestação era coisa de maconheiro e vagabundo. E assim também se tornaram alvo de protestos por partes de estudantes de comunicação social das universidades públicas e privadas do estado.Contrariando a previsão desses mesmos jornalistas, o ato discorreu sem tumulto, os únicos policiais que estavam presentes eram os que guardavam as guaritas da casa do governador. As pessoas passavam nos carros e nem sabiam o que estava acontecendo. Pareciam assustadas à princípio, mas depois de entenderem o motivo, buzinavam e apoiavam a manifestação.

Apesar de um número reduzido de participantes, cada um se fez ouvir, puxou a marcha com todas as suas forças. Crianças com a palavra liberdade pintada no rosto eram comuns em meio às várias faixas e batuques. Na frente e puxando a marcha, três moças amarradas, com roupas de baixo da cor da pele e com pedaços de tecido colados ao corpo, representavam a mercantilização da mulher, tema bastante mencionado nas falas dos participantes. Outro tema levantado pelos estudantes da Universidade Federal do Amapá, foi a agressão sofrida dias antes no centro acadêmico de História. A polícia federal entrou no campus e expulsou estudantes que, suspotamente teriam se recusado a irem embora, entre eles, uma mulher. As marcas da violência ainda estampam o braço esquerdo da jovem que também acompanhou a marcha. A blogueira que lhe escreve perguntou se ela havia feito boletim de ocorrência, mas ela contou que o sistema da delegacia das mulheres estava fora do ar no momento.

Hoje o Amapá pode se considerar inserido no circuito das marchas, apesar dos meios de comunicação nem se referirem a nós. Mas estamos aqui, protestando contra tudo o que nos oprime. E até essa opressão nós manifestamos, a de que o norte só faz parte do Brasil quando querem fazer turismo exótico. Fora isso, somos apenas o quintal do país.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Oh, Olivio Fernandes, você sabe o que é maconha?




Hoje, enquanto dava a notícia sobre a apreensão de carregamento da droga Oxi, Olivio Fernandes, apresentador do programa Rota 16, criticou a possibilidade de se legalizar a maconha. Talvez, na cabeça dele, maconha seja a mesma coisa que Oxi. E não se contentando em apenas criticar a legalização, criticou também a Marcha pela Liberdade, que acontecerá amanhã a partir das duas da tarde com concentração na Praça da Bandeira. Disse que todos tem liberdade de expressão, mas não para promover drogas. Bem, vamos por partes.

A maconha não é nem de longe parecida com Oxi. Primeiro que são folhas da espécie Canabis Sativa, e tem como princípio ativo o delta-9-tetrahidrocanabinolou, para os íntimos, o THC. Foi proibida e criminalizada na década de 30 nos Estados Unidos por questões econômicas e não de saúde pública. O cânhamo, fibra retirada da folha da maconha, era mais resistente e mais barato na confecção de papéis e tecidos. O tecido das velas dos barcos era feito de cânhamo. Contudo, como o cânhamo era mais barato e politicamente mais ecológico, começou a popularizar-se entre os agricultores americanos. Acontece que vários setores que vendiam papéis e tecidos começam a ter prejuízo com a chegada do novo concorrente. Era preciso agir rápido. A gota d’agua foi uma notícia divulgada nos jornais, em que dizia que um acidente grave poderia ter sido causado pelo cigarro de maconha que foi achado dentro do carro. Altamente consumida pelos jazzistas de New Orleans, a maconha foi considerada droga de negros e bandidos, que aliás, nos Estados Unidos, preto e marginal era tudo igual. Em seguida, a igreja também endossou a informação como verdadeira e demonizou a maconha. Assim, a droga entrava na criminalidade.

Já o oxi, ou oxidado, é uma mistura de pasta-base de cocaína, querosene e cal virgem, muito mais nocivo que o crack. Foi descoberto no estado do Acre e se difundiu pelo norte e nordeste do Brasil. As autoridades acham que a droga se desenvolveu na Bolívia, conhecida pela produção de cocaína. Os sintomas são muito parecidos com o do crack, como euforia e ânimo, acompanhado pelo o medo e a paranoia. Os dependentes morrem em menos de um ano após o início do consumo. Aqui no Amapá, a polícia federal já efetuou várias apreensões de Oxi, principalmente nos municípios de Santana e Laranjal do Jari.

A maconha é a droga ilícita mais consumida hoje no Brasil. E a que financia o crime organizado nas grandes cidades. Bilhões de reais já foram gastos ao longo dos anos para combater o tráfico e o consumo da droga. Trabalho de enxuga gelo. Tudo em vão.
Por anos levantou-se a possibilidade da legalização, mas o assunto sempre foi tratado com desprezo ou indiferença. Porém, no mês passado um ex-presidente da república levantou novamente a questão. Fernando Henrique Cardoso afirmou que as políticas antidrogas feitas no Brasil não surtiram efeito. “A maconha, além de ser a droga menos danosa ao organismo, é a mais consumida. Seria leviano incluir drogas mais pesadas, como a cocaína, nessa proposta” diz FHC.

Não que FHC goste de dar um tapinha na macaca,
mas é uma questão social e econômica muito importantes. Hoje, a indústria do tráfico gera cerca de US$ 322 bilhões de dólares em todo o mundo. O Brasil vive por anos as mazelas das facções espalhadas nas favelas do Rio de Janeiro e São Paulo. Pessoas inocentes morrem todos os dias em decorrência da guerra contra o tráfico. Com a legalização, o governo arrecadaria impostos, assim como acontece com o cigarro e o álcool, investiria em clínicas de reabilitação para dependentes químicos e descapitalizaria organizações criminosas. A corrupção dentro do sistema também sofreria um abalo grave, pois a fonte monetária se esvaziaria.

Mas também há quem não concorde com os argumentos dos pró-legalização. O consumo de maconha pode aumentar, aumentando também o número de viciados; mais pessoas sofrendo por conta de esquizofrenia ou outros problemas de ordem mental; argumentam também que o consumo de maconha abre portas para outras drogas. E assim, o debate ganha força, as pessoas já falam abertamente sobre o assunto, não tem medo de se expor e assumir sua postura. Uma grande parcela da população brasileira começou a entender que a tática contra o crime organizado precisa ser revista e logo. A América do Sul é o maior polo produtor de drogas do mundo e nós ,brasileiros, estamos no olho do furacão.

Tudo isso pra dizer que, quando um jornalista vai para a televisão criticar um ato democrático como a macha pela liberdade
– diga-se de passagem, defende também os negros, os homossexuais, os nordestinos, as mulheres, o deficiente físico - por contra da sua ignorância, envergonha a classe dos profissionais. Primeiro porque o seu programa já é de um péssimo gosto. E depois, de uma maneira ou de outra, seu programa incita violência. Jornalistas ou estudantes da área são responsáveis pelas informações que passam para a população. É obrigação do profissional estar bem informado para não cometer erros crassos. Agora, o discurso do jornalista ou apresentador do Rota 16, parece discurso dos anos 70 e 80, ou seja, retrógrado.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Programas policiais no Amapá: uma pequena análise



Jornalismo é feito de notícia, seja ela boa ou ruim. E em todas as notícias, existe por parte de alguns jornalistas com ética duvidosa, a vontade de explorá-las mais e assim arrancar mais audiência. É nesses termos que começa o jornalismo sensacionalista, pronto pra espremer até a última gota a tragédia, a lágrima, a dor alheia. BARBOSA (apud por FLAUSINO) já havia detectado o perfil editorial desses telejornais numa pesquisa sobre o telejornalismo. “Bad news are good news”, intitulou a pesquisadora. No trabalho ela viu que as perseguições policiais eram a essência do telejornal, definido pelo diretor como “coisas de cinema” – numa evidente aproximação com a ficção. Ele existe em todas as mídias, não tem prazo certo de validade. Enquanto a notícia vender, lá estará um representante do jornalismo sensacionalista.

Uns defendem um jornalismo investigativo, outros acham de uma grosseria absurda. Ora, mas todo o jornalismo não é investigação? Sim, todas as áreas precisam de investigação, essa é a premissa básica da profissão. Acontece que, no Brasil, se deturpou o conceito de jornalismo investigativo, em que o jornalista levanta informações sobre um assunto delicado para a sociedade, como o caso Palocci, por exemplo. Ali, houve uma investigação séria, que demandou tempo, horas de sono e uma generosa dose de faro jornalístico, e o que se faz agora é chegar com a câmera na mão minutos depois do crime, filmar o cadáver sangrando, ainda morno. Ou correr junto com a polícia atrás de bandidos na favela, como é o caso do programa Cidade Alerta. Hoje esse é o conceito errôneo de jornalismo investigativo. Outra confusão muito comum que se faz é confundir jornalismo sensacionalista com o comunitário. O comunitário tem a participação direta do povo, do espectador, do ouvinte ou do leitor e tem a função de prestar serviços à comunidade. Discute os principais problemas dos bairros, como buracos, a falta de escolas, a falta da água.

Agora o sensacionalista fica na porta das cadeias, sintonizado nas frequências da polícia militar, e segundo informações de fontes seguras, chega até a dar uma "ajuda de custo" para policiais que informarem a notícia primeiro. E dessa forma, o jornal ganha mais status, o horário da publicidade aumenta por conta da audiência e assim mais e mais esse tipo de jornalismo torna-se comum dentro das casas. Adentrando num espaço mais específico, analisaremos o estado do Amapá e suas práticas jornalistas, precisamente o televisivo.

O Amapá atualmente possui cinco principais programas diários com a alcunha de jornalismo comunitário. São eles: Rota 16, Bronca Pesada, Câmera Livre, Balanço Geral e De olho na cidade. Intitulam-se como jornalismo comunitário por estarem próximos das periferias, denunciando as desigualdades sociais. Mas ainda pouco vimos o conceito de jornalismo comunitário, o que não tem nada a ver com o que acompanhamos na televisão todos os dias.

O primeiro programa nessa linha sensacionalista foi "Macapá Urgente" (2004/2005), apresentado por Renivaldo Costa. Mostrava o boletim semanal do número de acidentes de trânsito, números de ocorrências policiais e algumas matérias de protesto em bairros distantes. Em seguida, "Bronca Pesada" (2005), deu uma cara teatral à notícia. Apresentado por Belair Jr., veio com uma linguagem cômica e ao mesmo tempo séria. O apresentador chegava a ficar vermelho de tanta indignação com certas notícias, e então o espectador se identificava na personagem que gesticula os braços, cerra os punhos e soca a mesa. O “Bronca” lançou no mercado vários profissionais na mesma linha, e assim houve a explosão de programas voltados para essa temática. Os apresentadores Luiz Trindade e Olívio Fernandes, dos programas Câmera Livre e Rota 16, respectivamente, construíram suas carreiras sensacionalistas a partir da experiência no programa Bronca Pesada, em que os dois eram repórter de rua. Passavam plantões na porta do CIOSP - Centro integrado de operações de segurança pública, esperando um furo grandioso. Lançou-se até um bordão, de autoria do repórter Eli Santos, em que ele pegava a folha de uma planta chamada Curicaca e fazia gestos de curandeiro nos bandidos presos, sempre com as falas: "Assim como Deus criou a noite do dia, separo teu corpo da má companhia e a tua alma da feitiçaria. Em nome de Deus e da Virgem Maria. Estou te benzendo com a folha da curicaca. Se tu escapar dessa, na próxima tu não escapas".

Esses programas tornaram-se quase tão populares que os capítulos das novelas da Rede Globo. Por terem uma linguagem de fácil acesso, de darem uma notícia pesada com um tom humorístico, por não terem nenhuma elegância na hora de transmitir a mensagem. Era do povão. A audiência aumentou e junto aumentaram os valores publicitários dos horários do programa. Só o Bronca pesada chega a ter mais de vinte anunciantes num período de tempo de uma hora e meia, entre anúncios institucionais e testemunhais, os chamados Merchandising. Tomou-se o gosto por matérias grotescas, de mal gosto e apelativas. Cadáveres apareciam sem nenhuma tarja, famílias chorando seus mortos, bandidos confessando crimes sem nenhum arrependimento.

Nosso espectador é essencialmente rural. Está nas periferias da cidade, mas teve uma infância e pré- adolescência em munícipios menores e na maioria das vezes, sem estudo. O nível de compreensão para determinados meios de comunicação é muito baixo. Dificilmente um ribeirinho irá assistir um "Jornal Nacional", na qual mostra a taxa Selic a queda da bolsa de valores ou a comissão parlamentar de inquérito sobre a fortuna de Antônio Palocci. Ele quer saber quem matou o filho do vizinho, quantas facadas o bandido deu na vítima. E geralmente, a publicidade atrelada ao programa vai ser de produtos voltados para esse público. No "Bronca Pesada", o maior anunciante do horário são os alumínios Perereca, em que você pode pagar a primeira parcela só três meses depois de adquirir o produto.

E dessa maneira o jornalismo amapaense vive um círculo vicioso, em que uma questão surge em meio às confusões conceituais que não ajudam a definir em nada qual jornalismo é exercido no estado: A culpa é de quem produz o produto jornalístico ou de quem consome?

Não existe produto no mercado se não existe consumidor, pode passar um tempo tentando sobreviver, mas logo terá seus dias contados. No caso dos programas sensacionalistas, eles também existem porque alguém os assiste e consome os produtos anunciados. Produto saindo, é dinheiro entrando no bolso de quem o promove. E mais e mais anunciantes querem um espaço, os equipamentos para filmagens melhoram, a equipe aumenta, o “agrado” dos policiais que querem ver um bom trabalho jornalístico também sobe. E aja o espectador ávido consumir o programa e seus anunciantes. No entanto, só haverá mudança de postura diante desse tipo de jornalismo, quando o nível educacional da população subir, quando o entendimento sobre de quem é o problema da segurança aflorar na consciência do espectador. Enquanto a população não acordar para essa falta de bom gosto da notícia, mais a mídia amapaense se aproveitará do não-pensar da comunidade.

domingo, 12 de junho de 2011

Esse tal de 12 de junho






Nesse dia 12 de Junho, não poderia deixar de fazer um post sobre a data. Primeiro porque não acredito nela. Mas me deu voltade de expressar à respeito. nao tenho problemas em estar solteira a longos anos. Até prefiro assim. minha revolta é com essa imposição ridícula. Igual ao carnaval. Eu gosto de carnaval,mas tem gente que não suporta. Como diz Pato fu: É uma imposição absurda!



Existem datas que nem deveriam ser comemoradas, pelo simples fato de não terem sentido. E o dia dos namorados é uma delas. Pra quê? Pra você ficar deprimido porque está solteiro? Por que não ganhou presente? Por que o casal do lado parece ser mais feliz que você? Essas datas nos deixam mais pra baixo que pra cima. É mais uma data para alavancar as vendas do comércio.

Aí você passa uma semana vendo comerciais com casais lindos se presenteando, se beijando, cupidos trabalhando em dobro para aqueles desesperados que não querem passar o dia sozinhos. E os chamados stand by, que só são contatados caso não apareça mais ninguém para passar o dia 12? Que maldade. E aqueles que não tem dinheiro para comprar um presente, amam menos seus namorados ou namoradas?

Aí você entra na internet e dá de cara com celebridades felizes, passeando pelo Leblon ou Ipanema, com o cachorrinho, posando para os paparazzis de plantão. E os programas de domingo na tv é a coisa mais bizarra. Altas declarações de amor pra um namoro que logo, logo vai acabar. Casais anônimos contando suas historias de amor inusitadas, cheias de encontros e desencontros.

Se eu pudesse culpar alguém, talvez culpasse as novelas. Por que aquilo que vemos não é real. Então acabamos idealizando o relacionamento baseado no que vemos na tv. A vida não é tão cor de rosa como aparece na novela das nove.
A trilha sonora, as cenas de pura felicidade, a beira do mar, correndo contra o vento. Besteira! Onde já se viu uma mulher acordar já maquiada? Primeiro que não se pode dormir com maquiagem. Nossa vida é pautada pelas telenovelas, ou seja, em mentiras.

Essa imposição da sociedade me assusta. Essas convenções parecem tornar a gente massa de manobra de um mercado ávido pelos nossos sentimentos. Parece ser discurso de socialista, mas é assim que eu vejo essa obrigação de você, num único dia, demonstrar o que você sente todos os dias. Assim como o dia das mães, dos pais, das crianças ou natal. Natal é ainda pior, porque você tem que fingir um monte de sentimentos. Às vezes você não suporta tal figura da sua família, mas tá lá, confraternizando com alguém que você não curte. É quase um estupro. Aí vem os amigos perguntar se você já ganhou presente. Sabem que você está solteiro, mas mesmo assim fazem questão de nos lembrar que é dia 12 de junho. Olha, a Julia está solteira. O Pedro deixou da Flavinha. E eu com isso? O problema é dele. Aparecem várias pessoas tentando te arranjar um namoro nas vésperas, só pra garantir presente.

Dia dos namorados pra mim é dizer todos os dias que você adora aquela babinha no canto da boca depois de uma longa noite de sono, da demora na hora de se arrumar, aturar aquele amigo mala e que cospe enquanto fala, da toalha molhada jogada em cima da cama, do furto do edredom naquela noite mais fria do ano, da meia fedida jogada pra debaixo da cama, do ronco alto depois de um dia de bebedeira, do alface que ficou preso no dente no jantar do aniversário da mãe, do creme dental endurecido em cima da pia, da cueca pendurada na torneira do banheiro, das revistas – Playboy- atrás do vazo sanitário, do perfume doce e enjoativo, dos planos não cumpridos, dos dias de TPM, dos chiliques de ciúmes na fila do cinema...

Poderia passar horas escrevendo aqui do porquê devemos demonstrar nosso amor todos os dias e não apenas no dia 12 de junho. Pra você que está namorando, aproveite e declare todos os dias o seu amor. E pra você que está solteiro ou solteira, não se desespere por estar sozinha hoje, são nesses momentos que aprendemos a ser felizes conosco. A felicidade tá dentro da gente, agora dividi-la é uma escolha nossa.

Mensagem subliminar no Clube da Luta




Mensagens subliminares estão intimamente ligadas à Semiótica, pois se utilizam de seus elementos principais, o ícone, o índice e o símbolo. Uma foto, um sangue na cena do crime ou uma placa de trânsito são exemplos da ação das mensagens subliminares. Em filmes, músicas, textos, corriqueiramente são encontradas mensagens implícitas, escondidas nas entrelinhas, que adormece na mente, mas que estão prontas para entrar em ação.
[..] considera-se subliminar qualquer estímulo que não é percebido de maneira consciente, pelo motivo que seja: porque foi massacrado ou camuflado pelo emissor, porque é capitado desde uma atitude de grande excitação emotiva por parte do receptor[..] porque se produz uma saturação de informações ou porque as comunicações são indiretas aceitas de uma maneira inadvertida” (FERRÉS, 1998, P. 14)
Segundo Calazans, subliminares são as mensagens que nos são enviadas dissimuladamente, ocultas, abaixo dos limites da nossa percepção consciente (medidos pela Ergonomia) e que vão influenciar nossas escolhas, atitudes, motivar a tomada de decisões posteriores.
A primeira menção que se faz com relação à mensagem subliminar começa com Demócrito (400 a.c), e posteriormente estudada por Aristóteles e Montaigne. Mas em 1919, com o Dr. Dr. Otto Poetzle, ex-discípulo de Freud, que o conceito de mensagem subliminar vem tomar uma dimensão mais ampla, através da Psicologia Experimental. Poetzle descreve a ação das mensagens pós-hipnóticas no comportamento humano. Desde então não houve grandes avanços nas pesquisas relacionadas ao assunto.
Até que em 10 de Junho de 1956, o publicitário Jim Vicary teria criado um Taquicoscópio, na cidade de Fort Lee, no estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos, para projetar a cada cinco segundos sobre o filme Picnic a frase Beba Coca-Cola, em uma velocidade 1/3.000 segundos de cada vez. Isso teria provocado o aumento das vendas de 57.7% nas vendas do produto.
Apenas sob esse argumento, várias outras firmas publicitárias de apossaram da descoberta de Vicary para aumentar o faturamento de suas vendas. E atualmente, é uma prática comum em filmes, revistas, músicas, pinturas, peças publicitárias, telenovelas e teatros.


Anúncio da Coca-Cola nos anos 80


O clube da Luta (1999, 139 min) conta a história de um investigador de uma companhia de seguros (Edward Norton) que vivia cansado de sua vida consumista e monótona. Até que conhece a personagem Tyler Durden (Brad Pitt) em uma viagem a trabalho. Devido a uma série de desventuras acaba indo morar com Tyler e assim cria um mundo paralelo, um clube, em que pessoas se desestressam lutando uns contras os outros. Assim nasce o Clube da Luta.
O filme, dirigido por David Fincher, é um dos que mais cita mensagens subliminares. Seja com música, com o taquicoscópio de Vicary, com propagandas publicitárias, o filme faz menções a várias mensagens. Algumas bem explícitas e outras quase imperceptíveis.
Antes mesmo de aparecer de fato como um personagem da história, Pitt pode ser visto várias vezes em velocidades taquicoscópicas nos primeiros momentos do filme. Sem falar em outras "imagens-relâmpago" que podem chocar os mais puritanos..(DAL PIERO; RAFAEL, 2001)
A primeira observação a ser feita no filme é a mensagem subliminar baseada no experimento de Vicary. Em várias cenas do filme, há a presença do taquicoscopio. Porém, bem mais lento que o da coca- cola no meio de filme exibido em 1954. Mas mesmo sendo mais lento, é quase imperceptível, chega a ser quase um borrão na tela. Apenas usando o recurso slow motion , ou seja, fazer com que a cena passe bem lentamente, é que se percebe a imagem inserida, como o exemplo abaixo:






Fincher não teve a mesma intenção de Vicary em 1954, ou seja, alavancar a venda de algo. Foi uma forma usada para ir introduzindo aos poucos o personagem de Pitt. para quem gosta de filme pensante, instigante ou perturbador, O clube da Luta surpreende também psicologia agregada ao roteiro. Uma boa pedida para quem quer passar um fim de semana eletrizante, apesar de ter lançado há mais de uma década.