A servente Iracy de Fátima Morais
sai todos os dias às 6h15 em direção ao ponto de ônibus perto da sua casa. Ela
mora na Rua Raimunda Rodrigues Capiberibe, localizada no bairro Novo Horizonte
II, e trabalha no Instituto de Pesos e Medidas do Amapá (Ipem-AP). Porém, chega
atrasada quase todos os dias, pois ela afirma que os ônibus demoram a sair do
terminal, que fica próximo de onde mora. “Nunca consigo chegar às 7h da manhã
no meu trabalho. Os ônibus ficam parados, os motoristas não estão preocupados
se a gente tem hora pra chegar, ou se tem muita gente esperando. O ônibus de
06h15 não sai, aí o de 06h45 também não quer sair, só sai 07h20. Como posso
chegar pontualmente no meu serviço?”, ela conta.
Além da demora, Iracy diz que
nesse horário, apenas a linha Jardim I – sentido zona norte/centro – está
trafegando de manhã cedo. E que a empresa União Macapá retirou os ônibus de
grande porte para colocar micro ônibus. Afirma que o motorista costuma dirigir
e passar o troco ao mesmo tempo, expondo todos os passageiros ao perigo.
Ela diz que nesse horário, muitos
passageiros vão para a escola ou para o trabalho e a falta do cobrador
dificulta e atrasa a saída do micro ônibus. Como se não bastasse, os idosos são
constantemente desrespeitados, pois os motoristas não param quando solicitados.
EMTU e suas planilhas de Excel
Segundo Huan Carlos Ferreira, do
Departamento de Transportes Urbanos da EMTU, os horários estão normai e diz que
não é só uma linha de ônibus que atende a região. Mas admite que o órgão teve
problemas com a empresa União Macapá, no qual vários casos de atraso foram
registradas. “Fizemos uma troca de empresa. Agora quem está em processo de
adaptação é a Sião Tour”, afirma Huan.
Em relação aos micro ônibus sem
cobradores, Huan explica que o motorista tem que cobrar a passagem, passar o
troco e só depois seguir o itinerário, e não fazer as duas coisas ao mesmo
tempo. “A EMTU irá investigar a questão, pois o procedimento está incorreto”.
Ele mostra uma planilha com os
horários dos ônibus da capital, mas não descarta a possibilidade de ocorrer má
vontade por parte dos motoristas de ônibus.
“Temos 17 terminais em Macapá,
sendo que é apenas um funcionário em cada terminal para fiscaliza os horários.
O trabalho torna-se difícil, pois existem terminais que o fluxo é muito
grande”.
Iracy conta que não sabe mais o
que dizer para a chefe, e acha que eles não acreditam na sua versão para o
atraso: “ Nós queríamos outra linha de ônibus no bairro, ou que as autoridades
fiscalizassem motoristas que atrasam a
saída dos terminais. É muito ruim depender de uma linha só”.
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