sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Que venha 2011!





Esse ano não foi tão ruim. É que na verdade ele foi mais pesado e trágico que os outros. Mudei radicalmente o meu ritmo de vida, dilacerei meu coração por diversas vezes,chorei por alguns e outros tantos eu os fiz chorar. E tudo isso pra que? Pra me mostrar de onde vim e o que ainda posso ser, mas seguindo um outro caminho.

Quando eu era criança, as pessoas falavam muito em humildade. Pra mim, ser humilde era ser pobre ou ajudar as outras pessoas. Estava errada. Durante muito tempo, esse era meu conceito de humildade. Grande engano. Assim, esse ano foi pra me mostrar o verdadeiro sentido da palavra, que é muito mais abstrata que se pode imaginar.
Não vou conseguir explicar, mas senti que tiraram minhas calças e me deram umas boas palmadas na bunda. - Ponha-se no seu lugar, garotinha! Ainda não é absolutamente nada pra agir assim! Prontamente baixei muita cabeça e entendi o que era ser humilde.

Foi um grande passo para meu crescimento pessoal e profissional também. Não adianta querer começar a casa pelo teto, temos que começar pela fundação dela. Aprendi de uma forma sádica. Passei por um período depressivo, isolado, onde a única coisa que me deixava feliz era ir para o cursinho todos os dias. Aquilo de verdade me deixava viva, porque todos lá eram mais novos que eu, e todos tinham sonhos, assim que eu também já tive, mas adormeceu com tantos entraves que viva impôs.

Então, pensando bem, esse ano não foi tão ruim assim, ele apenas foi o começo de tudo!

sábado, 18 de dezembro de 2010

O último ato.




Meu querido, minha jornada em Macapá está chegando ao fim. Como foi planejado, só vim pra cá pra estudar para o enem e voltar para São Paulo. Macapá, pra mim, foi um mergulho nas verdades de Deus. Reconciliei-me com minha família, reestruturei meus planos de vida e agora estou renovada numa nova proposta. Não posso tomar mais decisões sem perguntar ao Pai o que Ele deseja. Como disse antes, minha vida não pertence mais a mim, mas sim a Ele.Saiba que, de onde eu estiver, sempre estarei orando por você, querido que me trouxe tantas alegrias. Que de tão belo, às vezes arranhava as pessoas com seus espinhos invisíveis. Quero que sejas muito feliz no caminho que vier a escolher. Quantas vezes pedi pra Deus para que nós, algum dia, pudéssemos formar uma família. Os dias mais felizes da minha vida foram quando dividimos a pipoca, coca cola, a caixinha de Bis, a conta de luz e do supermercado. Coisas simples que se tornaram megas.Vou casar um dia, ter filhos, uma casa com cachorros na varanda. E quando eu olhar o sorriso dos meus filhos, vou me permitir imaginar como seria se eles também fossem seus.
Já se passaram dez anos que nos encontramos pela primeira vez, e pode passar mais dez e mais dez e mais dez. Serás o sentimento mais divino( depois do de Deus...) que já habitou por mim.

Por favor, não responda a esse e-mail. Eu precisava te escrever isso para partir em paz. Preciso esvaziar para encher de novo.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Domingo no parque da minha mente




A televisão dá motivos de sobra para ser amada e odiada. Com sua programação carregada de erotismo, preconceito mascarado e opinião tendenciosa, ainda é o mais democrático veículo de comunicação. Mas essa “manipulação de massa” é muito mais complexa do que se imagina. No back stage, existem manobras de mercado que quase ninguém percebe. Quase ninguém.

Não sei se foi o efeito do álcool ainda no meu corpo, mas enquanto falava com um amigo pelo Facebook, a TV de casa estava ligada no Faustão. Com preguiça até de pensar, nem cogitei a possibilidade de trocar de canal. De repente , ex gordo chama: - Com vocês, Restart! Meu Deus, meu domingo não poderia ser pior. E o Faustão fazendo perguntas sobre família, perguntando nome dos pais da mulecada...enfim! Mas só saí do meu estado de demência alcoólica quando a banda tocou Paralamas do sucesso, dando uma roupagem, no mínimo, duvidosa.

Bem, vou tentar explicar a origem de tal pensamento profundo. Essa banda vem sendo constantemente bombardeada de críticas não muito amáveis por uma parte da mídia brasileira. Por serem muito novos, pelo estilo de suas roupas – que são mais suspeitas ainda – e pelas letras que até uma criança de dez anos faria. Mas outra parte exalta essa banda porque eles vendem. Ponto. Vendem roupas, cd’s, acessório e dá audiência.

Voltando para o Faustão de onde se ouvia a versão de Óculos, comecei a viajar no esquema montado pela emissora junto com a assessoria de comunicação que agencia a banda para tentar pintar uma imagem mais adulta, mais rock in roll. Mostrar que eles sabem improvisar, fazer um cover, ou seja, adquirir respeito. É claro que a música tinha sido ensaiada na passagem de som, não foi escolhida aleatoriamente como queriam que parecesse.

A mesma coisa aconteceu com a Malu Magalhães. Com sua postura “estou no mundo da lua e não vou descer tão cedo”, Malu enfrentou as chicotadas da imprensa especializada do mesmo jeito, no mundo da lua. O que apenas piorou depois que ela assumiu o namoro com Marcelo Camelo. Na tentativa da gravadora reciclar a imagem da cantora, o que aconteceu foi um pico de estresse por parte do apresentador, o mesmo no caso, que não agüentou a infantilidade da moça ao responder uma pergunta com muito estrelismo.

Essa parceria entre gravadora e emissora de TV sempre existiu. O problema é o produto que eles querem que nós enfiemos goela a baixos e que muita gente que forma opinião no país também não aceita. Por que não é só vender. Se isso é representante do rock atual, o que virá daqui a vinte anos? E pra finalizar, o Faustão ainda deu um disco de platina para os moleques, número que muita gente que tem muito mais tempo de estrada e talento não consegue mais alcançar.

Mesmo com minha preguiça gigante, preferi começar a ler Izabel Allende a ter que ver TV dia de domingo.
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Professor: profissão perigo!




Um professor foi morto a facadas no campus do Instituto Metodista Izabela Hendrix, em Belo Horizonte, pelo próprio aluno, o estudante Amilton Loyola Caires. O crime aconteceu ontem nos corredores do Instituto. Após receber mais uma nota baixa, Amilton golpeou o professor e fugiu em uma moto. O rapaz foi preso em casa nessa madrugada sem oferecer resistência.

Quando imaginamos certas profissões como servente de arranha-céu com seus andaimes limpando os vidros, ou mecânico do metrô de São Paulo, ou técnico de antenas de estação de TV, não imaginamos que professor passou a ser também uma profissão perigosa. O que era para ser a representação da família na escola, agora é alvo fácil para alunos desequilibrados e usuários de drogas, como é o caso de Amilton.

Na minha época de ensino fundamental, meus professores eram mais que professores, eram meus amigos. Por mais hiperativa que eu fosse, respeitava todos eles, e acatava sem responder, todas as suas ordens. Como fui criada pela minha avó, minha educação veio dos antepassados nordestinos. Aquela coisa rígida, sempre respeitando os mais velhos. Mesmo nas ocasiões onde eu sabia que eles estavam sendo injustos, eu me botava no meu lugar de aluna. E eu não nunca vi colegas de classe aumentar o tom de voz pra qualquer professor.

Hoje os pais têm receio de serem enérgicos com os filhos achando que vai torná-los revoltados ou traumatizados. Por que coisas que já existiam tomam outra denominação na linguagem de especialistas em educação. O resultado é a multiplicação de adolescentes sem regras e com condutas marginais. Aí entra uma série de questões bem complexas, como a maioridade penal, que atualmente é de 18 anos. E tudo poderia ser evitado através de uma educação familiar equilibrada.

A sensação que existe hoje em dia nas salas de aula é de medo e revolta por parte dos professores, que além de serem pessimamente remunerados, precisam, muitas vezes, se fazer de surdos e cegos para atitudes diante da classe.

O professor de Belo Horizonte deixou mulher e filhos.

sábado, 4 de dezembro de 2010

A arte de transformar um bom livro em um ótimo filme




Com certeza você já esteve numa roda de amigos onde o assunto era livros que se transformaram em roteiros para cinema. Aposto que sim. E sempre cai naquela velha discussão: o livro é melhor que o filme. Verdade. Em alguns casos, como a Bússola de Ouro, era melhor não ter feito filme algum.

A grande sacana de transformar livro em roteiro não é tentar passar todo o conteúdo do livro para as telas, até porque é impossível. Mas usar dos recursos que o cinema possui para suprir essa deficiência. Até porque são linguagens diferentes. Caso clássico é a saga de Hannibal Lecter. Emplacaram um grande vilão com a atuação de Anthony Hopkins em O Silêncio do Inocentes, juntamente com Judie Foster. É escolher grandes atores, um bom diretor de fotografia, uma trilha sonora impactante, um distribuidor empenhado e, principalmente um bom roteirista.

Mas sorte para reunir todos os elementos necessários para fazer um filme a partir do livro é para poucos. Código Davinci, megaseller de Dan Brown, não fez o mesmo sucesso nas telas como fez nas livrarias. Havia falhas visíveis no roteiro, não sendo totalmente fiel, incluindo cenas no filme que não estavam no livro e vice versa. Infelizmente Tom Hanks e Audrey Tautou não seguraram o thriller. Prova de que um ator bem pago e um livro bem vendido não fazem o sucesso de um filme.

Melhor quando o autor já escreve seus livros pensando nas telas dos cinemas. Como John Grishan, por exemplo. Famoso por tramas jurídicas, Grishan já emplacou grandes sucessos como O dossiê Pelicano, Tempo de Matar e O Júri. Um texto seco, sem grandes descrições, direto ao ponto. No linguajar futebolístico: redondo para o roteirista fazer o gol.

Agora um casamento feliz mesmo é Harry Potter, onde os fãs esperam o filme com a mesma intensidade quando esperam o livro. Milhares de pessoas lotam as salas de exibição para confirmar aquilo que já leram no último lançamento da livraria. A equipe conseguiu manter os mesmo atores principais desde o início, com ótima fotografia, efeitos especiais impecáveis e um roteiro digno de Oscar. Nesse caso, a discussão não saber se o filme foi fidedigno ou não, mas sim qual foi a melhor montagem até agora.

E a velha briga nas rodas de amigos vai continuar, mesmo que seja um Harry Potter da vida. Por que nunca o filme vai conseguir oferecer com riqueza de detalhes aquilo que lemos nos livros. E sempre haverá divergências quanto à qualidade dos mesmos. Ainda bem, pelo menos vai ter assunto descente para debater um dia inteiro.

Dica de livros que viraram filme:
- O príncipe das Marés - Pat Conroy
- Lolita - Vladimir Nabokov
- Memórias de uma gueixa – Arthur Golden
- Os Homens que não amavam as mulheres – Stieg Larsson
- Cidade de Deus – Paulo Lins
- Abril despedaçado – Ismail Kadaré
- Silêncio dos Inocentes - Thomas Harris
- BrokeBack Mountain - Annie Proulx
- A lista de Schindler - Thomas Keneally
- Caçador de Pipas – Kaled Housseini