A associação de mulheres
ribeirinhas vítimas de escalpelamento da Amazônia está passando por
dificuldades, tanto estruturais quanto de materiais de uso diário. A casa onde
funciona a associação não tem mobília adequada para receber as vítimas que
chegam das cidades do interior.
Ao chegarem em Macapá, mulheres
que foram vítimas de escalpelamento, se dirigem para a associação. Enquanto
fazem o acompanhamento médico, se alojam numa casa de três cômodos sem a menor
estrutura. Faltam colchões, cadeiras, roupa de cama, material de limpeza e
alimentação. Sem contar os eletrodomésticos, sem condições de uso.
A porta da geladeira corre o
risco de cair todas as vezes que é aberta. O fogão só trabalha com duas bocas,
porque as outras duas estão enferrujadas.
O quarto que serve de alojamento
possui apenas uma cama de casal. “Eu mesma doei essa cama, porque as mulheres
chegam aqui e não tem onde dormir. Coloquei até escápulas de rede, mas não são
suficientes”, afirma a presidente Rosinete Serrão.
Ela conta que quando o fluxo de
pessoas alojadas é muito grande, chega a faltar alimentos. “Graças a Deus tem
gente daqui de perto que ajuda a gente, mas às vezes passamos privações aqui”.
Rosinete também pede a doação de
cabelos para a fabricação de perucas. Após a cirurgia reparadora, as cicatrizes
marcam tanto o lado físico quanto o psicológico-emocional, afetando a
autoestima da mulher.
Para gerar renda e ajudar a
manter a associação, Rosinete fabrica bonecas com cabelos naturais, e pede a
ajuda da comunidade para comprar o material, vendido em armarinhos e bazares.
As vítimas da Amazônia
No vasto território da Amazônia,
em muitos trechos, o transporte só é possível através de pequenas embarcações.
Porém, o motor da embarcação tornou-se um perigo para quem navega pelos rios
amazônicos. Constantes mutilações, como escalpelamento (perda do couro
cabeludo, quando os cabelos são arrancados por acidente ou violência) ocorrem
com freqüência. De acordo com Rosinete, em 2011 nenhum caso foi registrado,
graças à campanha feita de maneira intensiva nas regiões mais afetadas e a
proteção que é exigida para as embarcações. Mas ressalta que a luta continua,
agora pra manter a associação, carente de móveis e utensílios domésticos. Por
vezes já pensou em desistir, mas o amor e a dedicação sempre falam mais alto.
“Trabalho voluntário ninguém quer
fazer. Eu deixei minha vida pessoal por essa causa. Por que além de eu ser uma
vítima, eu amo isso aqui. Então peço a ajuda de todos para continuar ajudando a
todas que precisarem”.
Quem quiser ajudar, pode ligar
para os telefones: 3223-6170 ou 9129-6173, ou no endereço: Av. Beira Rio,
próximo ao Igarapé das Mulheres.
Um comentário:
Bom dia. Gostaria de saber o endereço para doar cabelo. Também gostaria de colocar no meu face, para outras pessoas doarem. Mas, preciso de um endereço completo. Meu email helzymar@gmail.com
Agradeço muitisssimo. Obrigada
Elzimar Carvalho
Destin Florida EUA (in moment)
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