segunda-feira, 2 de abril de 2012

Associação de mulheres vítimas de escalpelamento passam por dificuldades


A associação de mulheres ribeirinhas vítimas de escalpelamento da Amazônia está passando por dificuldades, tanto estruturais quanto de materiais de uso diário. A casa onde funciona a associação não tem mobília adequada para receber as vítimas que chegam das cidades do interior.
Ao chegarem em Macapá, mulheres que foram vítimas de escalpelamento, se dirigem para a associação. Enquanto fazem o acompanhamento médico, se alojam numa casa de três cômodos sem a menor estrutura. Faltam colchões, cadeiras, roupa de cama, material de limpeza e alimentação. Sem contar os eletrodomésticos, sem condições de uso.
A porta da geladeira corre o risco de cair todas as vezes que é aberta. O fogão só trabalha com duas bocas, porque as outras duas estão enferrujadas.
O quarto que serve de alojamento possui apenas uma cama de casal. “Eu mesma doei essa cama, porque as mulheres chegam aqui e não tem onde dormir. Coloquei até escápulas de rede, mas não são suficientes”, afirma a presidente Rosinete Serrão.
Ela conta que quando o fluxo de pessoas alojadas é muito grande, chega a faltar alimentos. “Graças a Deus tem gente daqui de perto que ajuda a gente, mas às vezes passamos privações aqui”.
Rosinete também pede a doação de cabelos para a fabricação de perucas. Após a cirurgia reparadora, as cicatrizes marcam tanto o lado físico quanto o psicológico-emocional, afetando a autoestima da mulher.
Para gerar renda e ajudar a manter a associação, Rosinete fabrica bonecas com cabelos naturais, e pede a ajuda da comunidade para comprar o material, vendido em armarinhos e bazares.

As vítimas da Amazônia

No vasto território da Amazônia, em muitos trechos, o transporte só é possível através de pequenas embarcações. Porém, o motor da embarcação tornou-se um perigo para quem navega pelos rios amazônicos. Constantes mutilações, como escalpelamento (perda do couro cabeludo, quando os cabelos são arrancados por acidente ou violência) ocorrem com freqüência. De acordo com Rosinete, em 2011 nenhum caso foi registrado, graças à campanha feita de maneira intensiva nas regiões mais afetadas e a proteção que é exigida para as embarcações. Mas ressalta que a luta continua, agora pra manter a associação, carente de móveis e utensílios domésticos. Por vezes já pensou em desistir, mas o amor e a dedicação sempre falam mais alto.
“Trabalho voluntário ninguém quer fazer. Eu deixei minha vida pessoal por essa causa. Por que além de eu ser uma vítima, eu amo isso aqui. Então peço a ajuda de todos para continuar ajudando a todas que precisarem”.
Quem quiser ajudar, pode ligar para os telefones: 3223-6170 ou 9129-6173, ou no endereço: Av. Beira Rio, próximo ao Igarapé das Mulheres.

Um comentário:

Fábio F.M. disse...

Bom dia. Gostaria de saber o endereço para doar cabelo. Também gostaria de colocar no meu face, para outras pessoas doarem. Mas, preciso de um endereço completo. Meu email helzymar@gmail.com
Agradeço muitisssimo. Obrigada
Elzimar Carvalho
Destin Florida EUA (in moment)