quinta-feira, 15 de julho de 2010

Meus heróis morreram de overdose




Ainda sob os efeitos do último dia 13(alcoolicamente falando), dia mundial do rock, sentei na beira da cama pra tirar o tênis e ver o que passava de interessante na TV em plena 3 da manhã. Zappiando e já desistindo, vi a chamada do ArquivoN, do canal Globo News. Ia passar um especial da Janis Joplin. Uma vida curta, mas intensa, extrema, no limite. Hum, esse filme você já viu, não é?
Sim, várias vezes. Essa receita intensidade+inconsequência+talento, já está mais que conhecida. Cazuza, Elis Regina, Janis Joplin, Kurt Cobain, Jim Morrison, Renato Russo, Jimi Hendrix, Brian Jones, cultivaram a tríplice aliança perfeitamente.
Em uma discussão acalorada, eu e minha amiga Cybelle, chegamos na seguinte pergunta: eles tinham que morrer ou não?
No meu ponto de vista, eu achei que a morte era inevitável. Com o ritmo de vida, as drogas, o álcool, o sexo, noites mal dormidas, um dia a pilha acabaria. Mas vendo pelo lado meio místico da coisa, pra mim eles são como cometas que passaram por nós, tão brilhantes que se chegássemos perto, nos queimaríamos ou perderíamos a nossa visão. Todos eram autênticos, verdadeiros, espinhosos. Foram fulminantes, bombásticos, carismáticos até. Aí pergunto: e se eles não tivessem morrido, seria a mesma coisa? Teriam revolucionado o rock do mesmo jeito? Teriam seus nomes na história?
Lembra daquele ditado “depois da tempestade, a bonança”? Pois é, todos eles, em suas respectivas épocas, foram a salvação de uma geração perdida e sem heróis. Eles trouxeram verdade pra onde não tinha, fizeram com que as pessoas acreditassem em si mesmas. Criaram a identidade de toda uma juventude. Alimentaram-nos de força, inconseqüência e paixão. E morreram com a imagem que até hoje guardamos em nossa memória. Não aquela coisa sem vida(Caetano e Gil perderam o seu brilho ao longo dos anos), sem rumo, vendida para o mercado das gravadoras. Não! Ficamos com os gritos rasgados, com as entrevistas apimentadas, com os fricotes, com as gargalhadas, com os chiliques de quarto de hotel. E com a esperança de que outros cometas virão, depois dessa tempestade que parece que nunca vai cessar.

Um comentário:

Elton Tavares disse...

Paidégua!!! Posso roubar para o meu blog? Acho que meus leitores vão curtir. Bjo!