quinta-feira, 29 de julho de 2010

Bullyng or not Bullyng?




Lá pelos meus dez anos de idade, eu sofri de Bullyng. Por que sempre brincava mais com os meninos que com as meninas na escola, porque me vestia como eles, porque só brincava com os brinquedos deles ( brinquedos de menino sempre foram mais emocionantes que de menina, é ou não é?).

E isso nunca me afetou porque eu não deixava que me afetasse. Eu era o que era e pronto. Talvez porque minha Hiperatividade diagnosticada desviasse minha atenção pra isso. Tudo era culpa da Hiperatividade.

Por outro lado eu fiz muitas mães procurarem psicólogo para seus filhos. Perseguia os coleguinhas de classe pelos seus mínimos defeitos. Se tinha orelha grande, se tinha jeito de bichinha, se não cheirava bem, se tinha o nariz de batata... Tudo era motivo pra piadas de mau gosto.

Agora depois de quinze anos, a novidade é o Cyberbullyng. É o constrangimento feito por várias pessoas a uma única pessoa, usando tecnologia de comunicação, como celulares e internet. Mensagens de celular, vídeos de celular jogados na internet, ofensas em páginas de relacionamento, como Twitter, Orkut ou Facebook, fotologs e blogs.

É menos pior que o velho Bullyng? Não! Apesar de não ter violência física, como muitos casos de Bullyng têm, o número de pessoas envolvidas no Cyberbullyng é muito maior. Ridicularizar alguém em rede mundial pode ser mais devastador que no corredor do colégio.

E aquele assovio pra gordinha que passa na hora do intervalo na escola? O orelha de abano que insiste em sentar na frente? O professor que usa um cinto no sovaco? E isso dentro de uma sala com 30 alunos. Imagina se isso tudo for parar em algum fotolog da vida?

Bullyng sempre irá existir, porque tudo o que é diferente de um padrão é considerado anormal. Gordo demais, magro demais, orelhudo demais, pobre demais, dentuço demais, perna torta demais. O que eu posso fazer pelo meu filho é mostrar que todo ser humano é único. Cada um tem suas características e se algum dia alguém questioná-lo sobre sua aparência ou personalidade, lembrar que enquanto apontamos para alguém na rua ou mesmo pela internet, sempre terá três dedos apontados pra nós mesmos.

Um comentário:

Mirna Blanc disse...

depois do que eu li você ainda me diz que seria uma alienada.

Não sei o que seria "menos" trágico: minha, sua ou a nossa imperfeição diante de abusos tão claramente desesperadores. Prefiro não ter que escolher!