domingo, 11 de julho de 2010

As delícias da Amazônia





Os sabores e as curiosidades de um dos Estados mais recentes do Brasil.

Não é só pelo fato de ser a única capital no mundo dividiva pela Linha do Equador ou ser o Estado menos desmatado da Amazônia que o Amapá fascina seus visitantes. Sua culinária regional é um convite tentador para a visita ser extendida. A variedade de peixes já seria um ótimo motivo para adiar a data do voo.
Por toda cidade há pontos de vendas de comidas regionais, cada um com seus segredinhos de preparo. No cardápio? Maniçoba, Tacacá, Pato no tucupi, Pirarucu no molho de coco. Solange Gomes, proprietária do restaurante Aimoré, no centro da cidade, explica que muitas pessoas fazem os pratos, mas poucas conhecem as receitas originais:”A maioria das senhoras que preparavam os pratos com a receita genuína já faleceu. Hoje, poucos lugares conservam a receita original”. Solange refere-se às “tacacazeiras”, que preparavam diversas iguarias e vendiam na suas barracas na rua.
A maniçoba, por exemplo, teve uma variação ao longos anos. Um dos pratos mais pedidos na região, originou-se dos índios e era servida em ocasiões especiais ou em rituais de celebração. Preparada com a folha da mandioca, precisa ser cozinhada durante 6 dias, eliminando assim suas toxinas. Com a colonização, acrescentou-se pedaços de porco defumado, semelhante à feijoada. Outro prato bastante disputado é o Tacacá. Feito com o líquido extraído da mandioca, o tucupi é seu principal ingrediente, acompanhado com o jambu, camarão e a goma de mandioca. Também de origem indígena, ele é servido quente num recipiente chamado cuia. Mesmo com os termômetros indicando o seus quase 40°c, tomar um tacacá às seis da tarde é uma rotina deliciosa.
O pescado da costa do Amapá é um detalhe bem revelante. Ao nascer do sol, os barcos pesqueiros chegam com o carregamento diário para ser distribuído nas feiras e açougues da cidade, além de ser vendido na hora. Peixes como Filhote, Dourada, Pescada, Tucunaré e Tambaqui, são servidos nos restaurantes e hotéis da capital. Mas um peixe bastante curioso é o taumatá. Conhecido também como Cascudo, o taumatá é relativamente barato. Peixe de mangue, é facilmente encontrado nas margens dos rios. A aparência não ajuda muito, isso é verdade. Porém, quando refogado com chicória e feito no leite de coco, é quase impossível lembrar do seu aspecto robótico.
E se não bastar toda essa riqueza gastronômica, então o jeito é apelar para uma boa tigela de Açai com farinha e outra camarão no bafo, prato presente em 90% das mesas amapaenses. Com tanta fartura, vai ser difícil marcar a passagem de volta.

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