sábado, 17 de março de 2012

Vereador diz que Prefeitura criou autarquia de maneira inconstitucional


Sob a alegação de que a Empresa Municipal de Transportes Urbanos (EMTU) estaria numa situação financeira inviável e irreversível, a Prefeitura Municipal de Macapá (PMM), propôs a mudança da empresa municipal para uma autarquia - entidade autônoma, com poder de decisão, que independe do poder municipal, passando a se chamar Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMAC) -,  mas desrespeitou acordos trabalhistas e ignorou as dívidas com credores ao publicar no Diário Oficial do município.
 De acordo com o vereador Clécio Luis (PSOL-AP), a prefeitura apresentou o projeto a Câmara Municipal de Macapá (CMM) para extinguir a EMTU, que por sua vez, resolveu acatar o projeto da PMM, com a condição de que fossem preservadas os direitos dos trabalhadores, o tempo de serviço e as dívidas com credores e as trabalhistas – algumas já julgadas e em processo de execução. As devidas emendas foram anexadas ao projeto original da prefeitura pelos vereadores e encaminhado para a sanção do prefeito Roberto Góes.
Segundo Clécio, o prefeito Roberto Góes vetou as emendas. “Para a nossa surpresa, o prefeito vetou essas emendas, no qual foi discutida junto com os trabalhadores e publicou no Diário Oficial, o que constitui crime de responsabilidade. Quando ele veta algum projeto, o documento tem voltar para a CMM. Agora os trabalhadores estão exigindo que derrubemos o veto para que seus direitos sejam respeitados”, disse.
Um dos vetos da prefeitura artigos do projeto que ele mesmo enviou à CMM. Como é o caso do Inciso IV-Art.9º, que destina 50% do IPVA arrecadado por MCP à CTMAC. “Não se pode criar uma companhia natimorta. Como ela irá se manter?”, pergunta Clécio.

O que diz a EMTU?
Segundo nota divulgada pela assessoria de comunicação do EMTU, “as dívidas (algo em torno de 12 milhões de reais, principalmente em encargos) vão ficar com a CTMAC, inicialmente. Mas o município se comprometeu em saudá-las para que a companhia possa operar sem problemas”.
Ainda segundo o vereador, a Câmara de vereadores não é contra a criação da autarquia, mas que a nova companhia assuma as dívidas da antiga empresa. “A transformação da EMTU em CTMAC não pode representar de maneira nenhuma um calote, nem nos trabalhadores e nem nos credores”, definiu.



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