sábado, 4 de dezembro de 2010

A arte de transformar um bom livro em um ótimo filme




Com certeza você já esteve numa roda de amigos onde o assunto era livros que se transformaram em roteiros para cinema. Aposto que sim. E sempre cai naquela velha discussão: o livro é melhor que o filme. Verdade. Em alguns casos, como a Bússola de Ouro, era melhor não ter feito filme algum.

A grande sacana de transformar livro em roteiro não é tentar passar todo o conteúdo do livro para as telas, até porque é impossível. Mas usar dos recursos que o cinema possui para suprir essa deficiência. Até porque são linguagens diferentes. Caso clássico é a saga de Hannibal Lecter. Emplacaram um grande vilão com a atuação de Anthony Hopkins em O Silêncio do Inocentes, juntamente com Judie Foster. É escolher grandes atores, um bom diretor de fotografia, uma trilha sonora impactante, um distribuidor empenhado e, principalmente um bom roteirista.

Mas sorte para reunir todos os elementos necessários para fazer um filme a partir do livro é para poucos. Código Davinci, megaseller de Dan Brown, não fez o mesmo sucesso nas telas como fez nas livrarias. Havia falhas visíveis no roteiro, não sendo totalmente fiel, incluindo cenas no filme que não estavam no livro e vice versa. Infelizmente Tom Hanks e Audrey Tautou não seguraram o thriller. Prova de que um ator bem pago e um livro bem vendido não fazem o sucesso de um filme.

Melhor quando o autor já escreve seus livros pensando nas telas dos cinemas. Como John Grishan, por exemplo. Famoso por tramas jurídicas, Grishan já emplacou grandes sucessos como O dossiê Pelicano, Tempo de Matar e O Júri. Um texto seco, sem grandes descrições, direto ao ponto. No linguajar futebolístico: redondo para o roteirista fazer o gol.

Agora um casamento feliz mesmo é Harry Potter, onde os fãs esperam o filme com a mesma intensidade quando esperam o livro. Milhares de pessoas lotam as salas de exibição para confirmar aquilo que já leram no último lançamento da livraria. A equipe conseguiu manter os mesmo atores principais desde o início, com ótima fotografia, efeitos especiais impecáveis e um roteiro digno de Oscar. Nesse caso, a discussão não saber se o filme foi fidedigno ou não, mas sim qual foi a melhor montagem até agora.

E a velha briga nas rodas de amigos vai continuar, mesmo que seja um Harry Potter da vida. Por que nunca o filme vai conseguir oferecer com riqueza de detalhes aquilo que lemos nos livros. E sempre haverá divergências quanto à qualidade dos mesmos. Ainda bem, pelo menos vai ter assunto descente para debater um dia inteiro.

Dica de livros que viraram filme:
- O príncipe das Marés - Pat Conroy
- Lolita - Vladimir Nabokov
- Memórias de uma gueixa – Arthur Golden
- Os Homens que não amavam as mulheres – Stieg Larsson
- Cidade de Deus – Paulo Lins
- Abril despedaçado – Ismail Kadaré
- Silêncio dos Inocentes - Thomas Harris
- BrokeBack Mountain - Annie Proulx
- A lista de Schindler - Thomas Keneally
- Caçador de Pipas – Kaled Housseini

2 comentários:

Cortezolli disse...

Vim retribuir a visita ao blog Jackeline, gostei muito do seu texto também e percebi que és amiga do "Eltão", então já simpatizo por você de graça. Beijos.

Fernanda disse...

Que sonho tenho em ver meu livro se tornar um filme! Quem sabe, quem sabe...