domingo, 12 de dezembro de 2010
Domingo no parque da minha mente
A televisão dá motivos de sobra para ser amada e odiada. Com sua programação carregada de erotismo, preconceito mascarado e opinião tendenciosa, ainda é o mais democrático veículo de comunicação. Mas essa “manipulação de massa” é muito mais complexa do que se imagina. No back stage, existem manobras de mercado que quase ninguém percebe. Quase ninguém.
Não sei se foi o efeito do álcool ainda no meu corpo, mas enquanto falava com um amigo pelo Facebook, a TV de casa estava ligada no Faustão. Com preguiça até de pensar, nem cogitei a possibilidade de trocar de canal. De repente , ex gordo chama: - Com vocês, Restart! Meu Deus, meu domingo não poderia ser pior. E o Faustão fazendo perguntas sobre família, perguntando nome dos pais da mulecada...enfim! Mas só saí do meu estado de demência alcoólica quando a banda tocou Paralamas do sucesso, dando uma roupagem, no mínimo, duvidosa.
Bem, vou tentar explicar a origem de tal pensamento profundo. Essa banda vem sendo constantemente bombardeada de críticas não muito amáveis por uma parte da mídia brasileira. Por serem muito novos, pelo estilo de suas roupas – que são mais suspeitas ainda – e pelas letras que até uma criança de dez anos faria. Mas outra parte exalta essa banda porque eles vendem. Ponto. Vendem roupas, cd’s, acessório e dá audiência.
Voltando para o Faustão de onde se ouvia a versão de Óculos, comecei a viajar no esquema montado pela emissora junto com a assessoria de comunicação que agencia a banda para tentar pintar uma imagem mais adulta, mais rock in roll. Mostrar que eles sabem improvisar, fazer um cover, ou seja, adquirir respeito. É claro que a música tinha sido ensaiada na passagem de som, não foi escolhida aleatoriamente como queriam que parecesse.
A mesma coisa aconteceu com a Malu Magalhães. Com sua postura “estou no mundo da lua e não vou descer tão cedo”, Malu enfrentou as chicotadas da imprensa especializada do mesmo jeito, no mundo da lua. O que apenas piorou depois que ela assumiu o namoro com Marcelo Camelo. Na tentativa da gravadora reciclar a imagem da cantora, o que aconteceu foi um pico de estresse por parte do apresentador, o mesmo no caso, que não agüentou a infantilidade da moça ao responder uma pergunta com muito estrelismo.
Essa parceria entre gravadora e emissora de TV sempre existiu. O problema é o produto que eles querem que nós enfiemos goela a baixos e que muita gente que forma opinião no país também não aceita. Por que não é só vender. Se isso é representante do rock atual, o que virá daqui a vinte anos? E pra finalizar, o Faustão ainda deu um disco de platina para os moleques, número que muita gente que tem muito mais tempo de estrada e talento não consegue mais alcançar.
Mesmo com minha preguiça gigante, preferi começar a ler Izabel Allende a ter que ver TV dia de domingo.
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