terça-feira, 3 de maio de 2011
Macapá, Belém, Salvador! parte 2
Belém, 7 da manhã. Ainda dentro do navio, soubemos que a delegação do Pará havia deixado o Amapá para trás, já que nós iríamos todos juntos. De mala na mão, sentadas sobre carotes de diesel, começávamos a pensar na possibilidade de ficarmos em Belém mesmo, ou Algodoal, ou Salinas. Cadê o fulano que não está nos esperando aqui? Ninguém avisou ao fulano que nós íamos chegar aquele horário no porto?. Senta e espera. Cada vez mais Salvador estava distante de nós, sete meninas perdidas na cidade das mangueiras.
Depois de quase uma hora, o Zé nos resgatou do porto e nos levou pra casa da companheira Cléo, no bairro de Fátima. É isso aí, gente, tchau Salvador, vamos pensar como vamos curtir uma semana em Belém. Mas, milagres acontecem. Depois de meia hora sentada na frente do PC, a companheira Rebeca Braga contactou outros companheiros do Movimento ContraPonto, espalhados por todo o Brasil. Aos poucos, as remessas de grana caiam na conta da delegação. Quatro, cinco, seis, sete trechos comprados. É isso aí, moçada, vamos pra Salvador.
Às 3 da tarde, estávamos embarcando no ônibus Belém-Aracaju da empresa Itapemirim. Cadeiras semi leito, ar condicionado, banheiro, uma maravilha. Empolgação total no ônibus, musiquinha, fotos, piadas. Bem, até passarmos Castanhal. Daí em diante, a viagem não seria tão divertida assim. Logo na primeira vez que usei o banheiro, me senti como um peão de Barretos. O ônibus balançava tanto que o vaso mais parecia um touro mecânico. Seguuuuuuuuura, peão. Durante as paradas, você tinha que tomar uma decisão muito importante: ou tomava banho ou almoçava. Eu escolhi almoçar, banho era luxo.
Nunca coma feijão feito em beira de estrada, pode ser fatal. Aquela coisa espumando no seu prato, é chamar o c* pra briga. Salada de maionese, nem pensar. Mas milho verde pode comer a vontade. Depois de passar pelo Maranhão, entramos no estado do Piauí. Começou a me dar uma agonia de ficar dentro do ônibus. Minha barriga já não respondia aos meus comandos, o feijão já fazia seus estragos. As outras companheiras me botaram no fundo do ônibus, pois não queriam passar vergonha por conta do cheiro que a fermentação do feijão produzia no meu intestino. Fiquei feito criança de castigo ao lado da porta do touro mecânico.
Ai, finalmente passamos por Petrolina, depois Juazeiro. Estamos perto agora. Não vejo a hora de tomar banho e deitar numa cama, nem que seja um colchonete com dois dedos de espessura. Chegamos na rodoviária de salvador 1 e meia da manhã. Ali já tinha alguém esperando pela delegação do Amapá, a esquecida. Com fome, cansada e fedendo, eu só queria tomar banho e me jogar. Mas querer não é poder.
Ficamos no alojamento da delegação do Ceará. Enfrentamos uma fila enorme no banheiro, comemos uns biscoitos doados gentilmente pela companheira Carol Ornellas. Camas arrumadas, colchões cheios. Ai, maravilha. Quando o sono já me rondava, a porta se abre com a delegação do Rio de Janeiro reivindicando o alojamento. Uma bolsa passou a poucos centímetros da minha cabeça. Jogaram suas malas, seus colchões, sem se importar se já tinha gente dormindo ou não. Lá vamos nós mudar de alojamento, ccarregando nossas malas, colchão e nosso sono. E fomos pra onde? Alojamento da delegação do Pará. Sim, a mesma delegação que nos deixou em Belém.
Acabamos não dormindo nada, pois o café ia ser servido às 8 da manhã. Mas nada tirava nosso entusiasmo, já era uma vitória termos chegado até Salvador. Agora era só curtir e aproveitar cada momento. Deixamos pra nos preocupar com a volta depois. Que aliás, foi pior que ida.
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