quarta-feira, 18 de maio de 2011

Está com medo de perder o emprego?



Ter ensino superior, há vinte anos, já bastava para ter sucesso no concorrido mercado de trabalho. Ter uma língua estrangeira era um diferencial no currículo de qualquer pessoa. Em se tratando de jornalistas, nem se fala. Hoje, se os profissionais não tiverem pelo menos um mestrado, já se torna obsoleto.

No caso do Amapá, onde a safra de jornalistas ainda caminha a passos lentos, basta escrever um texto florido para achar que não precisa mais evoluir. Isso quando se sabe escrever. Mas, para um profissional de qualidade, basta apenas saber escrever uma notinha ou saber dar uma notícia? É claro que não. Jornalista precisa pensar de forma crítica, saber que seu trabalho requer dedicação, responsabilidade e muita leitura. E sempre procurar evoluir, procurar saber de tudo, fazer do conhecimento seu maior alimento.

Uma lei de mercado bastante comum é a de que quanto mais concorrência, melhor será a qualidade do trabalho e do serviço oferecido. Isso acontece no setor hoteleiro, de telefonia, bancário. Assim como também com advogados, engenheiros, médicos e, jornalistas.

Há um ano o Amapá só conhecia um curso de jornalismo, em uma instituição particular, onde o foco principal era a prática. Você saia pronto - ou quase, ou alguns casos – para enfrentar um mercado carente de profissionais formados. Entretanto, a teoria ficava em segundo plano, pois não teria muita utilidade no tipo de trabalho a ser desempenhado. Por que o importante era saber a tríplice sujeito-verbo-predicado. E a pesquisa, e os trabalhos científicos, e o pensar crítico? Não se tinha tempo para tal luxo, pois se tinha pressa para finalmente segurar um canudo de jornalista.

No início de 2011, o estado ganhou mais uma graduação em jornalismo, agora numa instituição pública. Que, diga-se de passagem, arrebatou 90% dos professores da tal instituição privada. Mas ora, não será então a mesma coisa, sendo que a única diferença é a gratuidade? Não, não será. E é aí que se aproveita para bombardear de críticas destrutivas o curso recém nascido. Isso porque instituição pública no Brasil tem uma fama meio duvidosa. Ou por conta da estrutura, ou por conta das constantes paralisações. Bem, eu diria que isso é um dos muitos pontos de vista. Primeiro porque as universidades públicas exploram mais lado teórico que o prático, propõe uma nova metodologia de aprendizado, onde é exigido do graduando não apenas saber escrever, mas também saber pensar. E sem achar que, só porque está pagando uma mensalidade, levará o curso de qualquer maneira, sem o mínimo de dificuldade.

Não faço aqui generalizações. Conheço muitos profissionais renomados que se dedicaram, mesmo estando em faculdade particular. Na verdade, é uma crítica bem direcionada para aqueles que, com medo do novo curso, saem pelas ruas denegrindo a imagem de uma graduação e de uma instituição sem ao menos presenciar os resultados do trabalho que está sendo desenvolvido. Isso porque o curso tem apenas cinco meses, é muito pouco tempo pra dizer que o curso vai ser ruim. Sim, dessa instituição sairão grandes profissionais, comprometidos com seu papel de mediadores, conscientes do tipo de jornalismo feito no estado, onde a notícia torna-se mais uma manobra partidária. Mas como em tantos movimentos vistos no país ao longo das décadas, as atitudes arbitrárias mudam pela vontade daqueles que se esforçam para que o cenário mude.

Um comentário:

- ' Brenda Caroliny °o.O disse...
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