domingo, 12 de junho de 2011
Esse tal de 12 de junho
Nesse dia 12 de Junho, não poderia deixar de fazer um post sobre a data. Primeiro porque não acredito nela. Mas me deu voltade de expressar à respeito. nao tenho problemas em estar solteira a longos anos. Até prefiro assim. minha revolta é com essa imposição ridícula. Igual ao carnaval. Eu gosto de carnaval,mas tem gente que não suporta. Como diz Pato fu: É uma imposição absurda!
Existem datas que nem deveriam ser comemoradas, pelo simples fato de não terem sentido. E o dia dos namorados é uma delas. Pra quê? Pra você ficar deprimido porque está solteiro? Por que não ganhou presente? Por que o casal do lado parece ser mais feliz que você? Essas datas nos deixam mais pra baixo que pra cima. É mais uma data para alavancar as vendas do comércio.
Aí você passa uma semana vendo comerciais com casais lindos se presenteando, se beijando, cupidos trabalhando em dobro para aqueles desesperados que não querem passar o dia sozinhos. E os chamados stand by, que só são contatados caso não apareça mais ninguém para passar o dia 12? Que maldade. E aqueles que não tem dinheiro para comprar um presente, amam menos seus namorados ou namoradas?
Aí você entra na internet e dá de cara com celebridades felizes, passeando pelo Leblon ou Ipanema, com o cachorrinho, posando para os paparazzis de plantão. E os programas de domingo na tv é a coisa mais bizarra. Altas declarações de amor pra um namoro que logo, logo vai acabar. Casais anônimos contando suas historias de amor inusitadas, cheias de encontros e desencontros.
Se eu pudesse culpar alguém, talvez culpasse as novelas. Por que aquilo que vemos não é real. Então acabamos idealizando o relacionamento baseado no que vemos na tv. A vida não é tão cor de rosa como aparece na novela das nove.
A trilha sonora, as cenas de pura felicidade, a beira do mar, correndo contra o vento. Besteira! Onde já se viu uma mulher acordar já maquiada? Primeiro que não se pode dormir com maquiagem. Nossa vida é pautada pelas telenovelas, ou seja, em mentiras.
Essa imposição da sociedade me assusta. Essas convenções parecem tornar a gente massa de manobra de um mercado ávido pelos nossos sentimentos. Parece ser discurso de socialista, mas é assim que eu vejo essa obrigação de você, num único dia, demonstrar o que você sente todos os dias. Assim como o dia das mães, dos pais, das crianças ou natal. Natal é ainda pior, porque você tem que fingir um monte de sentimentos. Às vezes você não suporta tal figura da sua família, mas tá lá, confraternizando com alguém que você não curte. É quase um estupro. Aí vem os amigos perguntar se você já ganhou presente. Sabem que você está solteiro, mas mesmo assim fazem questão de nos lembrar que é dia 12 de junho. Olha, a Julia está solteira. O Pedro deixou da Flavinha. E eu com isso? O problema é dele. Aparecem várias pessoas tentando te arranjar um namoro nas vésperas, só pra garantir presente.
Dia dos namorados pra mim é dizer todos os dias que você adora aquela babinha no canto da boca depois de uma longa noite de sono, da demora na hora de se arrumar, aturar aquele amigo mala e que cospe enquanto fala, da toalha molhada jogada em cima da cama, do furto do edredom naquela noite mais fria do ano, da meia fedida jogada pra debaixo da cama, do ronco alto depois de um dia de bebedeira, do alface que ficou preso no dente no jantar do aniversário da mãe, do creme dental endurecido em cima da pia, da cueca pendurada na torneira do banheiro, das revistas – Playboy- atrás do vazo sanitário, do perfume doce e enjoativo, dos planos não cumpridos, dos dias de TPM, dos chiliques de ciúmes na fila do cinema...
Poderia passar horas escrevendo aqui do porquê devemos demonstrar nosso amor todos os dias e não apenas no dia 12 de junho. Pra você que está namorando, aproveite e declare todos os dias o seu amor. E pra você que está solteiro ou solteira, não se desespere por estar sozinha hoje, são nesses momentos que aprendemos a ser felizes conosco. A felicidade tá dentro da gente, agora dividi-la é uma escolha nossa.
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