sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Crise na CEA, crise no bolso do amapaense
O que Manoel Souza e Francisca Pedroso tem em comum? Suas contas de energia do mês de Outubro tiveram um aumento exorbitante em relação aos dois meses anteriores. A conta de Manuel, que nunca passou de R$90,00, pulou para R$140,00. Já a conta de Francisca ficava em torno de R$220,00, mas no último mês subiu para R$456,00. E não adianta pedir revisão da conta ou reparos no contador de luz, a redução do valor total é mínima.
Há vários anos a estatal vêm amargando uma crise financeira que gira em torno de R$1 bilhão e meio. Num ambiente de trabalho cheio de incertezas e sem rumo, funcionários já fizeram até paralisação para reivindicar uma posição dos órgãos responsáveis com relação ao destino da empresa.
Bem, mas o que o seu Manoel e a dona Francisca têm a ver com isso? Esses acréscimos nas contas de luz ajudam a equilibrar os gastos da própria empresa. De acordo com um funcionário de dentro da CEA, é comum ter aumentos “estranhos” em contas de luz no fim do ano. O que na verdade, isso se caracteriza como roubo.
A solução proposta por algumas lideranças do Estado seria repassar a CEA para as mãos da União. Assim, o governo federal assumiria a crise e reduziria gastos. Por outro lado, a casa deixaria de ser curral eleitoral no qual mantém políticos conhecidos em cargos públicos.
Dona Francisca agora pensa em decorar a casa para o Natal, mas sem esperar sobressaltos na próxima conta. Já Seu Manoel espera comprar um porco bem gordo para passar o natal com os netos, isso se a CEA não resolver meter a mão no seu bolso novamente.
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