Todas as manhãs, no caminho para o trabalho, passo pelas duas faculdades mais conceituadas de São Paulo: Faap e Mackenzie. A primeira, com sua estrutura que lembra algum monumento americano, sustenta a nata da burguesia paulistana. Seus corredores mais parecem a passarela do SPFW. É comum ver seguranças parados com seus carros pretos do lado de fora do prédio. É uma faculdade de elite.
Já no Mackenzie, com seu prédio mais modesto, porém mais moderno, a visão é um pouco diferente. Com jeito mais despojado, com suas sandálias de dedo e aparente descontração, os mackenzistas respiram outro conceito de faculdade. Parecem ser mais acessíveis.
Olhando mais de perto, um ponto me chamou a atenção entre os dois lugares: as mackenzistas e as faapianas.
Parecem ser a mesma coisa, mas não são. As faapianas, com seus Ray Bans originais, suas bolsas louis Vitton, desfilam pela Rua Alagoas, isso porque estacionaram seus New Beattles na frente da faculdade e precisam atravessar a rua. Elas não andam, flutuam. Sem falar dos seus cabelos escovados, unhas perfeitas, perfumes hipinotizantes, maquiagem sob medida para o horário. Quando um celular toca numa roda de amigas, cada uma saca o seu iPhone da bolsa. Ai, não é o meu. E enquanto uma atende, a outra conta detalhes da sua viagem pra Nova York na última temporada de férias e quanto deu seu excesso de bagagem, pois entupiu suas malas com muita roupa da 5ª avenue. A do telefone combina com alguém de ir ao Pink Elefant(entrada em torno de $100 a $250), logo mais a noite. São celebridades anônimas, onde poucas pessoas podem fazer parte do seu mundinho cor de rosa. Já as mackenzistas....
Elas andam e andam bem. Descem no ponto de ônibus da Consolação até o prédio da faculdade. O toque N95 Nokia é um The Strokes ou The Doors. Seus cabelos embaraçados, suas regatas básicas, mostram que sua aparência às vezes costuma ficar em segundo plano. Por que em primeiro vem o novo filme do Tarantino, a biografia do Eric Clapton e o show que o Nouvelle Vague vai fazer no Brasil em Abril(que eu tô louca pra ir...). Sentam na calçada pra beber cerveja barata, fumam um baseado como se estivessem fumando o último cigarro do maço(as faapianas se escondem pra fumar maconha). E depois de bêbadas, tornam-se as meninas mais descoladas e alternativas(pra não dizer das experiências gays).
Eu, sinceramente, sempre preferi as mackenzistas. Estão mais dentro do meu mundo. E na minha opinião, são muuuito mais bonitas e interessantes que as faapianas. Quem sabe um dia eu namore com uma?
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