Há quem diga que o Brasil é o país do futebol, da feijoada e do samba. Por entender o que essa é nossa identidade. ledo engano. Sem saber, vivemos numa ignorancia pulsante diante de nossa propria identidade. Na verdade, nunca sabemos o que realmente somos. Apenas consumimos o que nossos antepassados mastigaram pra nós engolirmos.
O Brasil é conhecido mundialmente como referência no futebol, por seus craques e por seus títulos. Mas nem sempre foi assim. Existem muitos relatos da origem do futebol, e alguns citam a China como a mãe da bola, outros dizem que nasceu na Itália. Mas foi na Inglaterra que tomou os moldes que conhecemos hoje. Nasceu praticamento junto com o Rugby, mas por discordância nas regras, acabaram tomando rumos diferentes. Era um esporte de pobre, porque rico fazia esgrima e equitação. Mas a burguesia teve uma grande sacada: nas poucas horas de folga que os operários tinham nas fábricas, era o football que os distrariam. E assim, a atenção para os problemas dos operários era desviada para esse tal esporte de bárbaro e mantinha-os à margem da atividade política. Segundo o historiador inglês Eric Hobsbawn, o jogo de futebol como "a religião leiga da classe operária".
Assim como a origem do futebol tem várias teses, no Brasil também não é diferente. Dizem que foi pelas mãos do descendente inglês Charles Willian Miller que o esporte chegou nos trópicos. Outros dizem que foram os marinheiros ingleses, ou foram os operários ingleses das fábricas na região da Barra Funda e do Brás, na cidade de São Paulo. Próximas às linhas dos trens, haviam campos chamados de várzea. Lá, os operários, assim como na Inglaterra, aproveitavam seus horários de folga batendo um bolinha. Mas tudo que chega de fora no país, a elite paulistana logo se interessou pelo esporte inglês. Porém, com sua massificação, a elite aos poucos foi perdendo seu interesse, delegando à massa a função de popularizar o esporte. Começaram a surgir os primeiros campeonatos e clubes, tendo como principais o Palestra Itália e Sport Club Corinthians Paulista. E assim, o futebol tornou-se é o esporte mais popular do Brasil.
Quem nunca entrou num restaurante numa quarta feira ou num sábado para se deliciar com uma feijoada, com laranja e couve? Depois vem aquela caipirinha só pra rebater a refeição. Pois é, mas a feijoada, de brasileira, não tem nada. Ou quase nada. à princípio nem de longe os negros ou os índios tem o seu dedinho na origem da iguaria. Na verdade, a feijoada tem origem europeia, já no império romano, em que se misturava feijão e carne. Prima pobre do cassoulet, da França, da Paella espanhola, a feijoada encorporou carnes menos nobres, rejeitadas pelos portugueses, como restos de porco. Passando pela África, outros ingredientes foram incorporados, chegando ao Brasil bem diferente da feijoada original. Hoje, a feijoada é símbolo da culinária brasileira, sendo inserida nos cardápios dos principais restaurantes do país.
O samba vai ficar pra outro post. Por que esse é bem extenso.
Fonte: NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da História do Brasil. ed. Leya. Ano 2011, São Paulo.
O Brasil é conhecido mundialmente como referência no futebol, por seus craques e por seus títulos. Mas nem sempre foi assim. Existem muitos relatos da origem do futebol, e alguns citam a China como a mãe da bola, outros dizem que nasceu na Itália. Mas foi na Inglaterra que tomou os moldes que conhecemos hoje. Nasceu praticamento junto com o Rugby, mas por discordância nas regras, acabaram tomando rumos diferentes. Era um esporte de pobre, porque rico fazia esgrima e equitação. Mas a burguesia teve uma grande sacada: nas poucas horas de folga que os operários tinham nas fábricas, era o football que os distrariam. E assim, a atenção para os problemas dos operários era desviada para esse tal esporte de bárbaro e mantinha-os à margem da atividade política. Segundo o historiador inglês Eric Hobsbawn, o jogo de futebol como "a religião leiga da classe operária".
Assim como a origem do futebol tem várias teses, no Brasil também não é diferente. Dizem que foi pelas mãos do descendente inglês Charles Willian Miller que o esporte chegou nos trópicos. Outros dizem que foram os marinheiros ingleses, ou foram os operários ingleses das fábricas na região da Barra Funda e do Brás, na cidade de São Paulo. Próximas às linhas dos trens, haviam campos chamados de várzea. Lá, os operários, assim como na Inglaterra, aproveitavam seus horários de folga batendo um bolinha. Mas tudo que chega de fora no país, a elite paulistana logo se interessou pelo esporte inglês. Porém, com sua massificação, a elite aos poucos foi perdendo seu interesse, delegando à massa a função de popularizar o esporte. Começaram a surgir os primeiros campeonatos e clubes, tendo como principais o Palestra Itália e Sport Club Corinthians Paulista. E assim, o futebol tornou-se é o esporte mais popular do Brasil.
Quem nunca entrou num restaurante numa quarta feira ou num sábado para se deliciar com uma feijoada, com laranja e couve? Depois vem aquela caipirinha só pra rebater a refeição. Pois é, mas a feijoada, de brasileira, não tem nada. Ou quase nada. à princípio nem de longe os negros ou os índios tem o seu dedinho na origem da iguaria. Na verdade, a feijoada tem origem europeia, já no império romano, em que se misturava feijão e carne. Prima pobre do cassoulet, da França, da Paella espanhola, a feijoada encorporou carnes menos nobres, rejeitadas pelos portugueses, como restos de porco. Passando pela África, outros ingredientes foram incorporados, chegando ao Brasil bem diferente da feijoada original. Hoje, a feijoada é símbolo da culinária brasileira, sendo inserida nos cardápios dos principais restaurantes do país.
O samba vai ficar pra outro post. Por que esse é bem extenso.
Fonte: NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da História do Brasil. ed. Leya. Ano 2011, São Paulo.
Um comentário:
Gostei muito dos post, e estou seguindo. Bom dia! ;)
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