Seu filho tem apenas dois anos de idade e já sabe qual é o controle remoto da Sky, do DVD, da TV e do portão da garagem. Consegue pronunciar mais palavras em inglês que em português porque assiste a um desenho que ensina as primeiras palavras no idioma saxão. Programa e desprograma seu celular em minutos, coisa que você só faz se for fuçar no manual de instruções. As possíveis explicações que vem a sua cabeça seriam: 1. Meu filho é super dotado. 2. Meu filho já nasceu digitalizado. Mas tem uma terceira: seu filho faz parte da geração Z.
O mercado de trabalho cada dia torna-se mais afunilado e concorrido. Pessoas com diferentes faixas etárias misturam-se pelos corredores das empresas, acentuando as extremidades entre as gerações que nasceram no pós-guerra, no período de paz e amor, e no período pré internet. São as chamadas gerações Baby Boomers, X, Y e Z.
Nascidos no pós-guerra, os Baby Boomers (em inglês, explosão de bebês, em conseqüência pós Segunda guerra), gostam de emprego fixo e estabilidade. Estão acostumados a receber promoções por tempo de serviço. A experiência pra eles é pré- requisito indispensável, independente do nível de instrução. São adeptos da disciplina rígida e adoram hierarquia. São fiés às empresas que o empregam e costumam se aposentar na mesma empresa e até no mesmo cargo.
Em seguida, vem a geração X, nascidos no final dos anos 60 e início dos anos 70, em plena guerra do Vietnã, movimentos Hippie e Contracultura. No Brasil, a Tropicália sofre grande influência dos estadunidenses e franceses. Os filhos dessa geração também gostam de estabilidade financeira, mas viram o nascimento da tecnologia, os primeiros bancos de dados militares e o embrião da internet.
Logo após aparecem os filhos da geração x, a geração Y. Nascidos na década de 80 e início de 90, já estão integrados com computadores, o nível de instrução é maior e a sede por novidades também. Com até trinta anos, prezam pelo prazer no que fazem e não pela obrigação. São meio arredios quando se fala em hierarquia, e se não estão satisfeitos com o emprego atual, não hesitam em pedir demissão e partir para um lugar que lhe traga mais satisfação.
Finalmente chegamos na geração Y, os nascidos em meados da década de 90 e começo de 2000. São extremamente ansiosos, costumam fazer muita coisa ao mesmo tempo. Falar em horários e hierarquia perto deles é como falar de Deus perto do Diabo. Passam 24 horas conectados em rede e sempre estão antenados com novas mídias e plataformas de informação. Seu lema é: O mundo precisa girar mais rápido.
E quando todas essas gerações dividem o mesmo espaço, é quase a reencarnação da Torre de Babel. Por que são gerações com freqüências diferentes, tentando sobreviver num mundo cada vez mais excludente. Baby Boomers tentam ser geração X, que por sua vez correm atrás para tornarem-se Y. E você com seu filhinho de dois anos de idade, que sabe dar play no DVD, que liga para o seu celular no meio do expediente, que consegue ligar e desligar o PC, que sabe contar de um até dez sem gaguejar, que possui uma memória fotográfica melhor que muito pen drive, qual geração será a dele?
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