domingo, 16 de maio de 2010

Virada Cultural 2010




Às seis da tarde de sábado você olha aquela juventude unida, cada um na sua tribo, mas todos como mesmo propósito: curtir a virada cultural de 2010 em São Paulo. Seja do rock, do reggie, do samba, da MPB, da música clássica, todos convivem pacificamente, dividindo o mesmo espaço. Sem falar na constelação de policiais espalhados pelos quatro cantos do centro da capital. O que dá uma "certa" sensação de segurança. Está perdido? Em cada esquina você encontra as colunas de informações, com as atrações, locais e os horários das apresentações.Até aí, maravilha.
Três da manhã de Domingo e várias pessoas já adormeciam docemente nas calçadas. E na maioria das vezes com uma "lagoa" de vômito nas proximidades. Barracas de cachorro quente disputam o paladar do público com o churrasquinho de gato. Chegar perto dos palcos? Nem em sonho. A multidão se espreme apenas para conseguir ouvir e distinguir uma música da outra. Na praça Julio Prestes, entre uma atração e outra, você se pergunta o que foi que a polícia fez com os viciados em crack que ficam nos arredores, estão escondidos no esgoto até a Virada Cultural acabar? Ou resolveram finalmente levá-los pra um abrigo comunitário? Difícil saber.
Desculpe o trocadilho, mas a lista de atrações é um show à parte. Parece que este ano a Prefeitura de São Paulo não conseguiu contactar nomes importantes da música nacional. Salvo pela presença da Pitty, Céu, Arnaldo Antunes e Titãs. Mas no geral, os nomes são tão conhecidos quanto os cantores do... Líbano. E ainda tinha tumulto em alguns palcos para achar um bom lugar. Os metrôs funcionaram 24 hs, mas o tempo que se gastava na fila para passar pela catraca, era praticamente o tempo de duas atrações perdidas.
No mais, o saldo foi positivo. O tempo de espera na fila do banheiro era de dez minutos, e deficientes físicos tinham a prioridade de uso respeitada. Até o fechamento do texto, apenas uma morte foi confirmada. Um jovem ainda não identificado morreu após ser ferido com facas. Ainda chegou a dar entrada na Santa Casa de Misericórdia com vida, mas não resistiu e veio a falecer.

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