quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O último dos bárbaros



Nós, como seres humanos, como pais, mães, filhos e irmãos, recebemos a notícia do terremoto no Haiti com um pezar gigantesco e um sentimento de impotência. Milhares de pessoas estão passando fome, sem água potável, sem roupas, sem ter onde dormir. Nas ruas, o que se vê é uma mistura entre mortos e feridos, estes últimos sendo atendidos nas calçadas cobertas de terra e poeira.
E quando o mundo se deparou com a situação de completa destruíção daquele país, instantaneamente(ou quase), países de todos os continentes enviavam seus exércitos, grandes quantias para ajudar a reconstrução do país, mantimentos, e o que fosse necessário. Organizações não-governamentais de todos os lugares uniram forças na tentativa de amenisar o sofrimento daquele povo com um histórico cruel... Até bandas de rock, como Radiohead, estão fazendo show beneficiente para o Haiti. Ou seja, nessas horas você se pergunta até onde o mundo evoluiu em senso de humanidade, onde todos procuram fazer algo nessas situações.
Legal. Saímos de um filme de catástrofes climáticas, que não perde em nada para O dia depois de amanhã ou 2012, vamos agora para um filme de conspiração internacional ou divergências diplomáticas, que só hollywood sabe fazer. E na sua fórmula imbatível com mocinhos e vilões, eis que ele aparece mais uma vez para roubar a cena. E ele rouba mesmo. Estamos falando de quem? Claro que é dele, Hugo Chavez, o últimos dos bárbaros.
Enquanto as ajudas chegam, o dinheiro é enviado, voluntários desembarcam em Porto Príncipe, Hugo Chavez dá a seguinte declaração em sua tv de extimação: “o sismo do Haiti foi um claro resultado de um teste da Marinha americana" com "uma das suas armas de (provocar) terramotos".
Não precisamos mais entrar nos detalhes. Enredo pronto, com seus respectivos personagens. Não, isso não é filme. Mais de 150 mil pessoas morreram, e outras estão vivendo de forma desumana. E ainda sim, Hugo Chavez tenta voltar a atenção com seu discurso anti-imperalista mais que batido. Não que os Estados Unidos não tenham um histórico duvidoso, mas o que me incomoda é o fato de governantes como Chavez ainda existirem. Tão ultrapassados quanto a guerra fria e suas briguinhas de vizinhos.
A questão não é se os Estados Unidos ocuparam Porto Príncipe com seus soldados, porque o Brasil também enviou os seus. A questão é o que o pior ainda está por vir. O Haiti não possui contingente militar para impedir uma revolta por parte da população completamente faminta. Cuba também questiona essa movimentação militar americana em território haitiano. Fideu disse que, ao invés de soldados, cuba enviou médicos e que não sabe porque a ONU está em silêncio em relação a essa ocupação. Os esquerdistas conseguem levantar suposições em horas não apropriadas.
Continuo aqui, acompanhando todos os dias as notícias do Haiti, sendo mais uma brasileira a lamentar a catástrofe e desejando que o país se erga o mais rápido possível e tendo consciência que pessoas como Hugo Chavez estão com seus dias de melodrama contados.

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