quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Hunter Thompson tucujú


Nessa série de textos, vou dar uma de Hunter Thompson, jornalista criador do termo jornalismo gonzo, em que o jornalista não só escreve a matéria, mas também é o personagem central. Thompson é o autor de livro Medo e delírio em Las Vegas. Lá, ele relata um jornalista que viaja para Las Vegas, junto com seu advogado, para produzir uma reportagem sob efeito de drogas. Aqui eu não faço apologia à droga alguma, seja ela lícita ou não. De uma maneira corajosa, relato minhas experiências com algumas drogas. Hoje, a única coisa que faço é fumar um cigarro e tomar uma cerveja.
           
           A primeira experiência que eu tive com uma droga ilícita foi com a maconha. Estava no apartamento da amiga de uma amiga. Enquanto bebíamos uma cerveja, a tal amiga puxou uma caixinha de dentro da gaveta do criado-mudo. Parecia um kit de guerra. De lá puxou um tabletinho igual ao de um caldo Knorr. Confesso que fiquei com medo. Pô, a galera vai fumar maconha, e aí, o que eu faço? Com espírito de super homem que todo o adolescente tem, lá estava eu aceitando um trago. É só puxar e prender, Jacke. Puxa e prender, puxar e prender. Como se faz isso? Eu puxava mas não prendia. Eu nem fumava cigarro, quanto mais maconha. Pô, Jacke, tá estragando o beck. Pois é, tava estragando mesmo. Pois não bateu nada. Todo mundo chapado, contando histórias  que pra eles eram interessantes, mas pra mim era um monte de baboseira. Que merda escrota é essa? Esse negócio tá estragado. Desci do prédio frustradíssima. Entrei no ônibus já ligando pra minha melhor amiga: Flavete, eu fumei maconha. E aí, é legal? É uma merda, não aconteceu nada.
            Passados dois anos, comecei a ficar – sim, naquela época a gente já ficava com alguém -  com um carinha dez anos mais velho que eu. Festinha de aniversário, bebida, comidinha e uma roda no quintal da casa. Advinha? Lá tava rolando maconha. Depois da experiência terrível, não queria papo com aquele troço. Mas não era possível que aquilo não surtia efeito em mim. Resolvi entrar na roda, tomar da mão do aniversariante e dar aquela tragada. Prendi. Quando soltei, saiu aquela fumacinha tímida. Em menos de dez minutos, eu já não era uma pessoa normal. Tudo ficou mais lento. Parecia que o mundo girava mais devagar. A boca ficou seca, e aquelas histórias que eu não entendia porque as pessoas ficavam rindo de coisas tão sem graças, parecia que só fazia sentido agora. Ao me sentar na cadeira, percebi q minha língua sempre ficava com um pedaço para o lado de fora. Às vezes passava um tempo sem respirar. Aquilo não era normal. Max, me leva para o hospital. Eu to passando mal. Minha mãe vai me matar. Vai, me leva pro hospital, porra. Ei, Jacke, é assim mesmo, olha pra lua que ela tá linda. Todo mundo estourou no riso, inclusive eu. Dei uma relaxada e não me preocupei mais.      Após duas horas, era capaz de eu devorar o bolo do aniversário sozinha. Uma fome inexplicável tomou conta do meu estômago. Três fatias foram rapidinho. No dia seguinte, parecia que tudo tava mais lento, um pensamento demorava mais que de costume.
            Mas na terceira vez que eu fumei, foi pior que a primeira. Na mesma roda presente no quintal, todos continuam rindo das piadas sem graça. Eu tava tão chapada, que comecei a achar que todos riam de mim. Por que toda vez que eu falava, baixava o riso na galera. Esses filhos de puta estão rindo de mim. Passei duas horas tentando voltar ao normal pra ir embora daqui. Quer saber, essa porra é muito escrota. Respeito quem fuma, mas definitivamente não é pra mim.
            No próximo texto, vou relatar a primeira vez que tomei êxtase. Até mais.

2 comentários:

Abinoan Santiago disse...

Muito louca doida. Essa experiência foi maluca mesmo. Mas eu senti que vc só aceitou usar a maconha pq recebeu uma espécie de pressão ou pq não quis ficar "Forever Alone" na roda de amigos!

Jackeline Carvalho disse...

não, é pq eu queria sentir o barato mesmo. Não sofri pressão de ninguém. Hj continuo andando na mesma roda e não fumo mais.