segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Aqui eu aprendi....
Aqui aprendi a respirar, a mergulhar nos rios de águas geladas. Aprendi a olhar para dentro das pessoas, a decifrá-las. Aprendi a amar minha família e ser mais amável com eles.
Aprendi a dizer o que quero e o que sinto. Aprendi a perceber o sorriso de uma criança e sua inocência. Aprendi a amar meus amigos, fonte de minha força motora.
Aprendi a torcer numa partida de futebol, chamar um palavrão quando sai um gol, ou quando levo um gol.
Aprendi a chorar, botar pra fora, vomitar tudo o que há de ruim dentro de mim, até aquele hambúrguer vagabundinho da praça do Barão. Aprendi a olhar pra trás e sentir falta apenas das coisas que me fizeram bem, porque as que me fizeram mal, preferi enterrar.
Aprendi a fazer cálculos de Física, estudar 7 horas por dia, apreciar uma manhã de segunda-feira. Aprendi a gostar de churrasco na casa de alguém, regado com bastante cerveja e um monte de tagarelas jogando uma boa conversa fora. Aprendi a respeitar a diferença entre as pessoas, e aproveitar o que elas podem me acrescentar.
Todos os dias eu aprendi algo novo, coisas que eu já havia esquecido. Hoje eu to afim de aprender alguma coisa legal. E você, o que aprendeu hoje?
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
O segredo da Abelha
Hoje eu tive um sonho estranho. Sonhava que escrevia um livro infantil depois de ter assistido a uma aula de Biologia. Ao ouvir o professor falar sobre a vida das abelhas, fiquei com pena da operária. Tadinha, não pode reproduzir, então tem que trabalhar.
Mas como todas as histórias infantis, o romance do pobre com rico sempre funciona, ainda mais de um animalzinho que tem um aspecto favorável, como a abelha.
Enquanto a aula avançava, imaginei uma grande colônia de abelhas, com seus capacetes e pás. Com suas pranchetas fazendo muitos cálculos. Sexo na colônia, literalmente nem pensar. Elas não sentem desejo, por isso focam toda sua energia na produção do mel. Bem cedinho elas acordam e começam a produzir o mel.
Mais em cima, na “área vip”, está a rainha. Sempre controlando de longe o trabalho das operárias. Ela sim, pode pensar o dia inteiro em sexo, pois é a única que pode reproduzir na colônia. E junto com os seus 400 Zangões, perpetuam a espécie à vontade. Detalhe: nunca se misturam com as operárias. Contato zero com a classe trabalhadora.
Mas, um belo dia, Pedro, um dos Zangões, resolveu descer até a linha de produção da colméia para conhecer o seu lado proibido. Tudo é organizado, como a rainha sempre prezou. De um lado as produtoras de mel, do outro as produtoras de geléia real. No fundo, a produção de cera. Ao vê-lo, as operárias ficaram nervosas, perderam a sequência na produção, tentaram não se afetar pela presença do estranho. Mas Pedro se distrai com uma das operárias, da linha de produção de geléia real. Sem se dar conta que está comentando uma infração grave, Pedro se aproxima da operária toda suja de geléia. Ana DuPolen tenta desviar seu olhar para o chão, com medo de futuras represálias da rainha. Mas porque Pedro, rodeado por um monte de abelhinhas que vivem apenas um mês, foi se interessar logo por aquela? Logo uma operária?
- você não deveria estar aqui, senhor.
- sim, eu sei. Mas aqui estou.
Quem sabe a Pixar não compra a idéia e lança um ótimo filme?
terça-feira, 3 de agosto de 2010
O homem que mais amei!
Eu amei um homem, que eu achava ser o cara mais perfeito da face da terra. Com um sorriso brilhante e uma gargalhada que mais parecia crise de asma. Que me fazia rir de paródias de música em pleno metrô. Que me recitava os axés mais toscos da Bahia. E pensava: não existirá outro ser que me tire um sorriso assim tão rápido. Não existirá ser mais digno da minha admiração. Tentava me impressionar com histórias inteligentes que outros lhe contaram. Me acordava com travesseiradas, ou às vezes simplesmete com um tchau, em seguida batendo a porta. Dividíamos a coca cola, a azeitona da pizza, o último Bis da caixa. Dividíamos nossas vidas indivisíveis. Podia ser extremamente doce, mas em minutos se transformava num completo estranho.
Assim era o homem que eu amei. Vários em um só. Diversos num só corpo. Eu nunca me cansaria dele. Eu era feliz com o que tinha. Mas ele resolveu ficar mau. Machucar até o limite das forças. E começou a doer. Tão fundo que quase não tive mais saída. Apelei para a saída de emergência do meu coração. Tentar salvar o pouco que tinha de mim em mim. Por que ele já tinha consumido mais da metade com sua necessidade de sobreviver. Eu tentei ajudá-lo, e como tentei. Com o pouco de forças que eu tinha, tentava salvar nós dois. Em vão. Caímos feito duas folhas de papel, distantes um do outro, sem muito o que fazer.
Não existirá outro homem que eu ame mais. Talvez eu case, tenha filhos, viagens em família. Mas todas as vezes que eu olhar para meu marido, para meus filhos, vou permitir que minha imaginação lembre de você, como seria nossos filhos, nossas viagens em família, nossa casa, o seu atelier, meu escritório, nossa cozinha, o seu risotto de nozes com tucupi. Desculpe, mas eu ainda vou me permitir lembrar de você. Por que não existirá alguém como você.
Você vai me Destruir
Vanessa da Mata
Está acabando o amor
Você ainda não veio
Não disse não ligou
Se vem viver comigo
Se me quer como amiga
Se não quer mais me ver
Você vai me esquecer
Você vai me fazer padecer
Está acabando o amor
Você já não me pertence
Eu vejo por aí
Você não está comigo
Nessa nossa disputa
Nesse seu jeito bom
Eu não quero saber
Você vai desdenhar
E vai sofrer e vai perder
Você vai me destruir
Como uma faca cortando as etapas
Furando ao redor
Me indignando, me enchendo de tédio
Roubando o meu ar
Me deixa só e depois não consegue
Não me satisfaz
Pensando em te matar de amor ou de dor eu te espero calada
(Me pinte, me pegue
Me sirva, me entregue
Me deixe, me coma
Me envolva, me ame)
Assinar:
Postagens (Atom)