segunda-feira, 15 de setembro de 2008





Essa semana li o Aritmética, sexto romance de Fernanda Young. Ao ler as primeiras páginas, pensei ser um livro chatão, aqueles livros que o autor escreve só pra ele. Como eu não gosto de largar o livro depois de ter começado a leitura, resolvi levar em frente. Acho um desafio ler um livro que você não vai muito com a cara. Tipo: vamos ver quem vai vencer, ou eu ou você. Continuei a leitura. De repente, a história vai se revelando enquanto as estações de metrô passam ao meu lado. O próximo passo é descobrir quem é você no livro, onde uma operação matemática desvenda o segredo. O que eu mais gosto num livro é saber que ele é humano como nós. E o da Fernanda é humanésimo. No meio do livro eu já estava de quatro por ele. Porém, no final achei que ela estrangulou o livro. Esperava um final mais apoteótico. Mas depois percebi que não tem muito a ver com ela. Aí saquei o final.


Já conhecia a Fernanda Young roteirista com Os Normais e Minha nada mole vida. Já tinha assistido vários programas IFY. O fato é que me rendi a essa mulher multifacetada, chuta, defende e cobra falta. E que agora está atacando como atriz dando a volta por cima com um romance que um dia foi "criticadinho". Li até que ela é antipática, arrogante e pretenciosa. Ora, uma mãe que leva as filhas gêmeas numa livraria do seu bairro, passa um tempão batendo um papo legal com os atendentes e ainda arranja uns convites da sua peça, não pode ser chamada de arrogante ou antipática. A pior coisa que um jornalista ou seja quem for pode fazer é escrever sobre aquilo que não conhece.







Desde que comecei a devorar livros, nunca me pressionei pra ler grandes clássicos, como Dostoiévski, Graciliano Ramos, Thomas Mann. Que são literaturas densas. Ficava com medo de ler e me traumatizar. Percebi que pra cada pessoa existe um time. Mas se caisse um livro desse no meu colo, eu mandava ver.
Nos últimos meses descobri o Ruben Fonseca. Amor à primeira página. Que carinha gostoso de ler. E como sempre gostei de histórias policiais, ainda mais com essa pitadinha de sarcásmo dos seus personagens.
O primeiro que li foi o Mandrake - A bíblia e a Bengala. Eu ria dentro do metrô e as pessoas não entendiam. Adoro ler no metrô. Às vezes vou até Jabaquara e volto pra Sé. Se tiver tempo e não estiver com fome e vontade de fazer xixi, vou até Corinthians-Itaquera. Assim comecei e terminei Secreções, excreções e desatinos. É curtinho, leitura rápida. Neste momento tô terminando Bufo & Spallanzani, numa misto de mistério e burrice de alguns personagens. Aí, sim, vou cogitar a idéia de pegar um pesadão pra ler. Acho importante. Já tenho até o nome: Em Busca do Tempo Perdido. Comecei uma maratona de 3 kilômetros, estou reduzindo frituras, parando de fumar. Enfim, me preparando para ler os oito volumes.